O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), reforçou a importância da continuidade das investigações relacionadas à tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro de 2023, durante uma entrevista concedida no documentário “8/1: A Democracia Resiste”, exibido pela GloboNews.
Lula enfatizou que as investigações não devem cessar até que os financiadores dos envolvidos no episódio sejam devidamente identificados.
“Não pode parar a investigação enquanto a gente não descobrir quem financiou, porque isso não foi de graça. Isso teve gente que financiou”, afirmou Lula durante a entrevista.
Ele também acrescentou que “tem muita gente que está na mira. E pode ficar certa que vai ser encontrada. É apenas uma questão de tempo”.
Lula abordou sua decisão de não decretar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) naquele domingo, optando, em vez disso, por intervir na Segurança Pública do Distrito Federal. Segundo o ex-presidente, a sua esposa, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, o aconselhou a não aceitar a GLO, argumentando que isso seria vantajoso para os envolvidos no golpe.
“Foi a Janja que me avisou: ‘não aceita GLO porque GLO é tudo o que eles querem, é tomar conta do governo’. Se eu dou autoridade para eles [militares], eu tinha entregado o poder para eles”, relatou Lula, conforme informações divulgadas pelo portal G1.
No contexto da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília, membros das Forças Armadas e o então ministro da Defesa, José Múcio, pressionaram pela decretação da GLO. No entanto, o ex-presidente foi firme em sua posição, declarando que “disse que não ia ter GLO”.
Lula, que estava em Araraquara no momento dos atos bolsonaristas e havia viajado para prestar solidariedade às vítimas de uma enchente na cidade, acompanhou a situação e coordenou uma resposta às ações dos golpistas.
Ele descreveu essa ação como uma “pequena operação de guerra” e avaliou que “as pessoas que estavam comandando a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) eram favoráveis ao golpe”.
No entanto, ressaltou que “as pessoas mais sérias não brincaram em serviço” e que “tomaram as posições que tinham que tomar” para restaurar a normalidade.
Lula concluiu afirmando que muitas pessoas envolvidas no episódio estão na mira das investigações e assegurou que elas serão encontradas, enfatizando que isso é apenas uma questão de tempo.