O Ministério da Segurança do Estado (MSS) da China divulgou nesta segunda-feira, 8, um caso em que o Serviço Secreto Britânico de Inteligência (conhecido como MI6) empregou pessoal estrangeiro de “um terceiro país” para conduzir atividades de espionagem contra a China.
Segundo o comunicado divulgado pelo MSS em sua conta oficial do WeChat, em 2015, o MI6 estabeleceu uma relação com um cidadão estrangeiro identificado como Huang, que liderava uma agência de consultoria no exterior.
Posteriormente, um relacionamento de “cooperação de inteligência” foi desenvolvido entre as partes. Desde então, o MI6 instruiu Huang a entrar na China várias vezes sob a aparência de uma identidade pública, com o objetivo de coletar informações em nome do Reino Unido e recrutar indivíduos para o MI6.
O MI6 também proporcionou treinamento profissional em inteligência a Huang no Reino Unido e forneceu equipamento de espionagem especializado para comunicação de inteligência.
O MSS afirmou que, por meio de uma investigação detalhada, foram encontradas evidências das atividades de espionagem de Huang, e medidas legais foram tomadas em conformidade com a lei. No entanto, a nacionalidade de Huang não foi revelada.
Huang teria fornecido ao MI6 nove segredos nacionais de nível confidencial, cinco de nível secreto e três informações de inteligência, de acordo com avaliações do departamento de confidencialidade.
A divulgação do caso ocorre em um momento em que o Reino Unido intensifica suas operações de inteligência na China. Em julho de 2023, Richard Moore, chefe do MI6, declarou que sua agência estava alocando mais recursos para a China do que para qualquer outro lugar do mundo.
Analistas chineses alertam para as sérias ameaças à segurança nacional que a China enfrenta, especialmente em um contexto em que países como o Reino Unido ampliam seus esforços de espionagem para além das áreas tradicionalmente visadas, incluindo domínios econômicos, militares, científicos, tecnológicos e financeiros.
Nos últimos anos, os Estados Unidos também intensificaram seus esforços de espionagem contra a China, enquanto o Reino Unido, como membro da aliança Five Eyes, tem colaborado em operações de inteligência em territórios chineses como Hong Kong, Xizang e Xinjiang.
Embora tenha sido acusado de espionagem contra o Reino Unido, a China negou veementemente as alegações, qualificando-as como “inteiramente infundadas” e instando o Reino Unido a parar de disseminar desinformação e encerrar as acusações maliciosas.
Este caso destaca a crescente determinação e capacidade da China em combater a espionagem, além de mostrar a unidade do país na luta contra atividades que ameaçam sua segurança nacional, incluindo a espionagem.
A Lei Contra-Espionagem, recentemente revisada e em vigor desde julho de 2023, tem contribuído para aumentar a conscientização pública sobre essas ameaças.