Na abertura do ato “Democracia Inabalada”, realizado nesta segunda-feira, em memória aos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, fez um discurso contundente.
Ele descreveu os invasores como “falsos patriotas” e “falsos religiosos”, criticando duramente suas ações e ideologias.
Barroso destacou a contradição entre as ações violentas e as práticas religiosas dos invasores. Ele narrou um episódio relatado por um policial, onde, após atos de vandalismo, os invasores rezavam fervorosamente.
O presidente da Corte expressou perplexidade diante dessa “mistura implausível de ódio e religiosidade”, incapaz de diferenciar o bem do mal.
Em seu discurso, Barroso também abordou a natureza dos ataques, descrevendo-os como resultado de uma “alucinação coletiva”, impulsionada por falsidades e teorias conspiratórias.
Ele lamentou a transformação de pessoas comuns em “criminosos, aprendizes de terroristas”, motivados por uma animosidade artificialmente cultivada.
O ministro ressaltou a importância de recordar o episódio para evitar a repetição de um “caminho maldito” de ditadura e incivilidade, citando Ulysses Guimarães.
Ele enfatizou que o ato visava manter viva a memória de um Brasil marcado pela intolerância e violência contra as instituições, um país que contradiz os verdadeiros valores brasileiros.
Por fim, Barroso confirmou que todos os envolvidos nos ataques estão sendo processados pelos crimes cometidos, incluindo tentativa de golpe de Estado e depredação do patrimônio público, reafirmando o compromisso com a lei e a democracia.
Leia o discurso de Barroso na íntegra