Em um movimento sem precedentes, a ministra dos Negócios Estrangeiros da Argentina, Diana Mondino, recebeu o representante taiwanês, Miao-hung Hsie, no Palácio de San Martín.
Este encontro, que quebra tradições diplomáticas de longa data, surge em um momento tenso nas relações sino-argentinas, particularmente após a decisão do presidente chinês Xi Jinping de rejeitar a expansão do acordo de swap financeiro com a Argentina.
O gesto de Mondino, visto como uma provocação direta a Pequim, tem o potencial de impactar severamente o acesso argentino ao financiamento internacional, bem como as delicadas posições diplomáticas do país, incluindo o apoio ao princípio da integridade territorial, crucial na questão das Malvinas, e o reconhecimento da política de “Uma Só China”.
Este incidente segue o controverso movimento do deputado provincial Agustín Romo, que aceitou 300 pães doces de Taiwan nas vésperas do Natal, uma ação também interpretada como um desafio à China.
Além disso, o governo argentino, liderado por Javier Milei, recentemente deixou o bloco BRICS, iniciado pela China, e abandonou a Unasul, destacando uma crescente tensão nas relações com Pequim.
Internamente, a posição dos libertários, liderados por Milei, gera fortes tensões. A LPO revelou discrepâncias entre a equipe econômica de Toto Caputo, Ministro da Economia, e Mondino.
Caputo, que anteriormente apoiava o uso do swap para pagamentos ao FMI e participou da expansão do financiamento chinês durante a presidência de Macri, agora enfrenta um conflito de interesses devido à postura anti-China de Milei.
A Argentina enfrenta vencimentos significativos de sua dívida em 2024, totalizando 57,5 bilhões de pesos, equivalente a 71 bilhões de dólares.
Após o fracasso em negociar a expansão do financiamento chinês, o país teve que buscar alternativas de crédito, incluindo um empréstimo da CAF, influenciado pelo Brasil de Lula.
Além disso, a crise não se limita à esfera econômica, afetando também o universo diplomático, onde a decisão de Mondino é vista como “irresponsável e prejudicial”.
Este novo posicionamento cria divisões dentro do partido no poder e coloca líderes próximos a Mauricio Macri em uma posição difícil, podendo afetar a continuidade de Mondino no cargo e aumentar a possibilidade de Federico Pinedo assumir como Chanceler.
Enquanto a China expressa sua insatisfação com as ações da Argentina, Taiwan vê uma oportunidade.
O representante comercial taiwanês expressou desejo de trabalhar com o novo governo argentino, baseando-se em valores comuns de liberdade, democracia e respeito aos direitos humanos.
Este alinhamento inesperado com Taiwan coloca a Argentina em uma posição diplomática delicada, potencialmente alienando seu relacionamento com a China, que tradicionalmente exerce pressão sobre governos argentinos para limitar o contato com Taiwan.
Fontes internas revelaram ao La Política que o governo argentino tentou manter o encontro com Taiwan em segredo, mas divergências internas levaram ao vazamento da informação. Setores comerciais com interesses na relação bilateral tentaram sem sucesso evitar o encontro, temendo as repercussões.
A situação atual coloca o governo de Milei em um campo diplomático incerto, com potenciais implicações significativas para as relações internacionais e a economia do país.
Com informações do La Política Online
EdsonLuiz.
09/01/2024 - 03h25
O PT NEM SE IMPORTA EM ESCONDER QUE APOIA DITADURAS.
■O PT é igual a Bolsonaro. E é até pior que Bolsonaro, porque apoia ditaduras dizendo sarcasticamente que apoia democracias.
Javier Milei recebeu Taiwam:: que bom!
■Receber representantes de países agredidos por ditaduras é solidariedade importante com o mundo democrático.
■Pena que o ora solidário Milei não dá garantias de firmar com a democracia amanhã.
■O petismo não tem vergonha nenhuma de se fazer de diferente de Bolsonaro aqui no Brasil e descaradamente assumir a defesa de uma ditadura e agredir uma democracia.
=》E agride a democracia de Taiwan da forma mais torpe, que é inverter levianamente e imputar a agressão a quem recebe Taiwan, como se isso fosse uma agressão à sempre agressora China.
Zulu
08/01/2024 - 22h24
A Argentina está fazendo o possível para se distanciar de latrinas, coisa que qualquer país decente faz.
A diferença da China, Taiwan é uma democracia, em quanto durar e não for colonizada pela ditadura chinesa no silêncio conivente dos apologistas das ditaduras comunsitoides.