A Petrobras anunciou que o campo de Mero será o laboratório final para o Hisep, uma tecnologia inovadora desenvolvida integralmente no Brasil, programada para provar sua viabilidade comercial em 2028.
Esta tecnologia, que combina processamento submarino com captura de carbono, será integrada ao FPSO Marechal Duque de Caxias, marcando um avanço significativo na indústria de óleo e gás.
Fábio Passareli, consultor de Projetos de Desenvolvimento da Produção e de Implantação de Novas Tecnologias da Petrobras, destacou ao portal PetróleoHoje o potencial disruptivo do Hisep.
“A tecnologia pode ser um divisor de águas na produção de óleo e gás, especialmente no contexto atual de descarbonização”, disse Passareli.
O Hisep, que se destaca por sua capacidade de separar gás com alto teor de CO2, promete não apenas aumentar a produção de hidrocarbonetos, mas também reduzir a intensidade de carbono e os custos de capital nas futuras gerações de FPSOs do pré-sal.
“Esperamos que o Hisep intensifique o papel do pré-sal como o maior projeto de captura de carbono offshore do mundo”, acrescentou Passareli.
A unidade piloto do Hisep, construída pela TechnipFMC, será conectada ao FPSO de Mero 3 no início de 2028, com qualificação prevista para o segundo semestre do mesmo ano.
Após dois anos de operação, espera-se comprovar sua viabilidade comercial, abrindo caminho para sua replicação em outros campos.
O projeto Hisep, patenteado pela Petrobras, foi um dos vencedores do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica em 2023.
“O Hisep colocará o Brasil na vanguarda do processamento submarino mundial”, afirmou Passareli.
Vinícius de França Machado, gerente de Libra, enfatizou a alta expectativa de nacionalização do projeto.
“Ainda é difícil quantificar o conteúdo local de um projeto tão inovador, mas acreditamos que o Hisep impulsionará significativamente a indústria de processamento submarino no Brasil”, afirmou Machado.
Ele revelou que já existem negociações para licenciar a tecnologia, mas a decisão sobre a replicação do protótipo será tomada somente após sua qualificação em 2028.
O Hisep também promete viabilizar projetos de E&P que estão em fase pré-declaração de comercialidade, enfrentando desafios de viabilidade no cenário atual. “Há uma grande expectativa da Petrobras pelo ‘primeiro óleo’ do Hisep”, adiantou Machado.
Enquanto o campo de Mero possui 45% de CO2, o campo de Júpiter, localizado no pré-sal da Bacia de Santos, apresenta 78%, tornando-se um candidato ideal para a futura aplicação do Hisep.
A Petrobras conseguiu adiar a declaração de comercialidade do Plano de Avaliação de Descoberta do poço 1-BRSA-559A-RJS na Bacia de Santos, justificando o avanço no projeto Hisep. A concessão, conquistada na 3ª Rodada, é operada pela Petrobras (80%) em parceria com a Petrogal (20%).
Guilherme
08/01/2024 - 18h00
Deveria ser operado por pessoal próprio, colocar esta tecnologia na mão do setor privado é entregar a galinha dos ovos de ouro…