O perito Mario Gazziro, especialista em engenharia da informação, conduziu uma análise preliminar exclusiva para a Revista Fórum e concluiu que um vídeo difamatório contra o padre Júlio Lancellotti é uma falsificação. Segundo Gazziro, que possui vasta experiência em casos de grande repercussão, a edição do vídeo e o uso de elementos de deepfake são evidentes, desmentindo as acusações propagadas pela extrema direita.
A controvérsia começou com a tentativa frustrada de CPI iniciada pelo vereador bolsonarista Rubinho Nunes, que buscava investigar o padre. Após esse episódio, um vídeo antigo, que mostra um indivíduo parecido com padre Júlio em atitudes inapropriadas, voltou a ser disseminado online. Este material já havia levantado suspeitas de ser uma montagem fraudulenta em 2022, com sua estrutura confusa e a presença de elementos gráficos insinuando uma videochamada com menores de idade.
Gazziro, em sua análise preliminar para a Revista Fórum, apontou que o ícone de chamada do WhatsApp inserido no vídeo é uma clara indicação de edição. Além disso, ele explicou que é possível falsificar imagens do rosto de qualquer pessoa com a tecnologia de deepfake, observando que o alinhamento e proporções foram cuidadosamente ajustados para dificultar a identificação da montagem.
O perito destacou a sofisticação técnica dos criadores do vídeo, que filmaram a edição final para ocultar evidências de deepfake, especialmente no pescoço da pessoa retratada. Apesar da aparência amadora, Gazziro enfatizou que o vídeo foi produzido de forma profissional para escapar de análises forenses detalhadas.
O caso ganha mais gravidade quando lembramos que padre Júlio já foi vítima de chantagem relacionada a acusações falsas de pedofilia. Em 2011, um ex-interno da Febem e sua parceira foram condenados por extorquir o padre, ameaçando-o com acusações falsas, até que ele decidiu levar o assunto à polícia.
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