Um alto funcionário do Departamento de Educação dos Estados Unidos, Tariq Habash, anunciou sua renúncia na quarta-feira, citando o manejo do presidente Joe Biden no conflito em Gaza como motivo central para sua decisão.
Habash, que atuava como assistente especial no Escritório de Planejamento, Avaliação e Desenvolvimento de Políticas do Departamento de Educação, expressou suas preocupações em uma carta endereçada ao secretário de Educação, Miguel Cardona. Em sua carta, ele destacou a falha da administração em abordar o que ele chamou de “atrocidades cometidas contra vidas palestinas inocentes em Gaza”.
Habash, que é de origem palestina e especialista em dívida estudantil, acusou o governo israelense de conduzir uma campanha genocida. Sua renúncia se junta a uma série de vozes dissidentes dentro da administração Biden em relação ao seu posicionamento no conflito em Gaza.
No mesmo dia, 17 funcionários da campanha de reeleição de Biden emitiram um aviso em uma carta publicada no Medium, alertando que Biden poderia perder eleitores devido à gestão da questão.
Os funcionários instaram Biden a buscar um cessar-fogo em Gaza, alegando que voluntários estão se afastando e eleitores democratas de longa data estão expressando incerteza sobre o apoio à administração. Até o momento, a campanha de Biden não emitiu uma resposta à carta.
Esta renúncia se soma a instâncias anteriores de dissidência dentro da administração, incluindo a renúncia de Josh Paul, ex-funcionário do Departamento de Estado, em outubro, que citou o “apoio cego” da administração a Israel como motivo para sua saída.
Em novembro, mais de 1.000 funcionários da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) assinaram uma carta aberta instando a administração Biden a buscar um cessar-fogo imediato.
Além disso, o “canal de dissidência” interno do Departamento de Estado recebeu pelo menos três comunicações criticando a política da administração.
O secretário de Estado, Antony Blinken, reconheceu desacordos em uma carta de novembro, e em dezembro, alguns funcionários da administração Biden realizaram uma vigília perto da Casa Branca, exigindo um cessar-fogo em Gaza.
Os Estados Unidos, embora tenham criticado publicamente a retórica de alguns ministros israelenses, mantêm que não observaram atos em Gaza que constituam genocídio.
Essa declaração veio em resposta aos procedimentos da África do Sul na Corte Internacional de Justiça sobre as operações militares de Israel em Gaza. Israel também negou as alegações de genocídio em Gaza.
O conflito em Gaza, desencadeado por um ataque em 7 de outubro pelo grupo islâmico palestino Hamas, resultou em um alto número de mortes.
De acordo com dados israelenses, o ataque matou 1.200 pessoas, e o total registrado de mortes palestinas devido à ofensiva retaliatória de Israel atingiu 22.313 até quarta-feira.
A persistente situação em Gaza, marcada por bombardeios israelenses e um alto número de mortes, tem gerado críticas dentro da administração Biden e pedidos por uma mudança em sua abordagem ao conflito.
Com informações da Reuters
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