O Brasil ultrapassou os Estados Unidos em novembro, tornando-se o maior fornecedor de milho da China em 2023, enquanto também liderou as exportações de soja durante um trimestre tradicionalmente dominado pelas importações norte-americanas.
Os dados, divulgados na quarta-feira, indicam uma mudança significativa no comércio agrícola global.
A liderança brasileira no fornecimento de milho ocorre um ano após a China aprovar as exportações do cereal do país sul-americano, visando diversificar seus fornecedores e reduzir a dependência dos EUA e da Ucrânia.
Em novembro, o Brasil forneceu impressionantes 3,22 milhões de toneladas métricas de milho do total de 3,59 milhões de toneladas importadas pela China, conforme dados da Administração Geral das Alfândegas.
De janeiro a novembro de 2023, as importações chinesas de milho brasileiro cresceram para 8,8 milhões de toneladas, enquanto as dos EUA caíram para 6,5 milhões de toneladas, mais da metade do registrado no ano anterior. Neste período, o Brasil respondeu por 40% do milho importado pela China, com os EUA fornecendo 29%.
No segmento de soja, as importações chinesas do Brasil aumentaram 108% em novembro em relação ao mesmo período do ano anterior, alcançando 5,29 milhões de toneladas.
Historicamente, a soja dos EUA dominava as importações chinesas no quarto trimestre, mas neste ano, os grãos brasileiros, beneficiados por uma colheita recorde, ganharam preferência.
Além disso, os embarques dos EUA sofreram atrasos devido a condições climáticas adversas.
Até novembro de 2023, o Brasil exportou um total de 64,97 milhões de toneladas de soja para a China, um aumento de 25% em comparação ao ano anterior. Em contraste, as importações chinesas de soja dos EUA caíram 8%, totalizando 20,36 milhões de toneladas.
Esta mudança no comércio agrícola internacional reflete não apenas as condições climáticas e logísticas, mas também a crescente influência do Brasil como uma potência agrícola global, especialmente fortalecida no primeiro ano do governo Lula.