Trump recebeu milhões de governos estrangeiros, diz relatório

REUTERS/Brian Snyder

Um relatório divulgado na última quinta-feira pelo Comitê de Supervisão da Câmara dos Estados Unidos, controlado pelos democratas, apontou que o ex-presidente Donald Trump recebeu ao menos US$ 7,8 milhões em pagamentos de governos estrangeiros durante dois de seus quatro anos na presidência.

O relatório foi inicialmente noticiado por importantes veículos de comunicação como The New York Times e CNN.

De acordo com o documento, vinte governos estrangeiros fizeram pagamentos às empresas de Trump no período analisado.

O membro graduado do Comitê de Supervisão, deputado Jamie Raskin, democrata de Maryland, destacou no prefácio do relatório que esses pagamentos provieram de “alguns dos regimes mais desagradáveis do mundo”, com a China sendo a maior contribuinte, desembolsando mais de US$ 5,5 milhões para propriedades pertencentes a Trump.

Outros países mencionados incluem Arábia Saudita, Catar, Kuwait, Índia e Afeganistão.

Raskin, ao abordar o assunto, afirmou que essa quantia representa apenas uma pequena parte dos gastos de governos estrangeiros com as empresas de Trump.

Ele também acusou o ex-presidente de violar a cláusula de emolumentos estrangeiros da Constituição dos Estados Unidos, que proíbe o presidente de aceitar dinheiro ou presentes de governos estrangeiros sem o consentimento do Congresso.

O relatório detalha que os pagamentos foram feitos a diversas propriedades de Trump, incluindo hotéis em Washington, DC, Las Vegas e Nova York.

Esses gastos, segundo o documento, enriqueceram pessoalmente o Presidente Trump enquanto ele tomava decisões de política externa com ramificações significativas para os Estados Unidos.

Entre os exemplos citados, está o gasto de ao menos 615.400 dólares pela Arábia Saudita e sua família real em propriedades de Trump, período no qual o ex-presidente assinou um acordo de armas com o governo saudita avaliado em mais de 100 bilhões de dólares.

Os dados presentes no relatório foram obtidos após uma longa batalha legal dos democratas para acessar documentos da Mazars, antiga empresa de contabilidade de Trump.

Apesar de um acordo entre a Mazars, Trump e o comitê ter sido alcançado em setembro de 2022, os republicanos conseguiram um tribunal para anular a aplicação do acordo em julho de 2023.

O relatório conclui que, embora os documentos obtidos sejam incompletos, eles fornecem uma visão parcial das finanças de alguns negócios do ex-presidente.

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