O vereador Thammy Miranda (PL-SP) explicou, nesta quinta-feira, sua assinatura no pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Organizações Não Governamentais (ONGs) na Câmara Municipal de São Paulo.
A CPI investiga a atuação filantrópica na Cracolândia, especialmente a do padre Júlio Lancellotti, da Paróquia de São Miguel Arcanjo.
Em entrevista ao GLOBO, Miranda declarou que o nome de Lancellotti não constava no documento inicial e ressaltou que não teria assinado se soubesse da investigação sobre o trabalho do padre.
“Em nenhum momento foi citado o nome do padre no requerimento”, afirmou, destacando seu apoio ao trabalho de Lancellotti e negando qualquer intenção contrária.
O vereador expressou admiração pelo trabalho humanitário de Lancellotti, mencionando a expectativa de contar com seu apoio.
Segundo Miranda, a maioria dos vereadores que assinaram não se opõem ao padre, visando proteger moradores e usuários da região.
Thammy, parte da base do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e apoiador de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições municipais, refutou ser um parlamentar conservador, enfatizando seu desejo de ajudar e servir. Ele anunciou a intenção de retirar seu apoio à CPI após descobrir o foco em Lancellotti.
O nome de Miranda ganhou destaque no X (antigo Twitter), relacionado a acusações de traição ao padre, que o defendeu em 2020 contra ataques transfóbicos.
A CPI, proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), mira principalmente duas entidades comunitárias na região central: o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar) e o coletivo Craco Resiste.
Nunes acusa Lancellotti de parcerias com essas entidades, criticando a atuação de várias ONGs na área. Lancellotti negou qualquer envolvimento com as entidades e esclareceu a natureza independente da Pastoral de Rua da Arquidiocese de São Paulo.