Quatro vereadores de São Paulo, incluindo Thammy Miranda (PL), Xexéu Tripoli (PSDB), Sidney Cruz (Solidariedade) e Sandra Tadeu (União Brasil), retiraram nesta quinta-feira, 4, seu apoio ao pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que visava investigar o padre Júlio Lancelotti e Organizações Não Governamentais (ONGs) atuantes no centro da cidade.
Inicialmente signatários do pedido, eles expressaram sentimento de engano pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil), autor da proposta.
Os parlamentares declararam que o foco da investigação foi alterado, desviando-se das ONGs na Cracolândia para um ataque político contra o padre Júlio, conhecido por seu trabalho com a Pastoral do Povo de Rua de São Paulo.
Thammy Miranda, em particular, destacou seu descontentamento com a utilização do pedido de CPI para fins políticos e reforçou seu apoio ao trabalho social do padre Júlio.
“Nós fomos enganados e apunhalados pelas costas. O documento de CPI que assinamos nunca citou o padre Júlio e usou de uma situação séria para angariar apoio. 90% dos vereadores que assinaram esse pedido não sabiam desse direcionamento político do vereador [Rubinho] nessa CPI. Eu e meus colegas estamos do mesmo lado do padre Júlio, de cuidar das pessoas. Lamento essa politização que o vereador fez do assunto e já pedi pra minha assessoria jurídica acionar a Casa e retirar meu apoio desse projeto”, disse ele ao G1.
A controvérsia surgiu após constatações de que a proposta original, disponível no site da Câmara Municipal, não citava o padre Júlio, contrariando as ações do vereador Rubinho Nunes nas redes sociais.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o arcebispo Dom Odilo Pedro Scherer também foram envolvidos na questão, buscando tranquilizar os afetados pela proposta da CPI.
O vereador Xexéu Tripoli, líder da bancada de defesa dos animais, e os demais vereadores citados, afirmaram que sua intenção original era investigar atividades irregulares de ONGs no centro de São Paulo, sem qualquer menção ao padre Júlio.
Eles expressaram descontentamento com o uso político da CPI e anunciaram publicamente a retirada de seu apoio à investigação.
Rubinho Nunes, por sua vez, através de sua assessoria, disse respeitar a posição dos colegas e atribuiu a retirada de apoio à pressão política e midiática.
Ele reafirmou o propósito inicial da CPI de investigar as ONGs, apesar do recuo de alguns parlamentares.
“Respeito a posição dos colegas e a retirada das assinaturas. Entendo que a pressão política causada pela mídia e pela militância de esquerda cause certo tremor. Porém importa destacar que foi proposta uma CPI sobre as ONGs, cujo objetivo é justamente investigar as ONGs. Apesar do declínio de alguns parlamentares, temos número suficiente para prosseguir com a CPI”.
Com informações do G1
Tiago Silva
04/01/2024 - 23h33
Constam ainda como assinantes, além de alguns parlamentares do PL e Republicanos, também muitos parlamentares do mal denominado “centro democrático”: PSDB, União Brasl, PP, MDB, Podemos…