Chegamos a janeiro de 2024, o presidente Lula completou o primeiro ano de mandato, o ex-presidente Jair Bolsonaro caminha para o ostracismo e a política segue procurando maneiras de viver com a hipertrofia do Congresso Nacional. No Palácio do Planalto, militares que até ontem se alvoroçavam em escaramuças golpistas, agora são tratados à pão de ló de leite com Pêra pelo presidente Lula, uma verdadeira mãe para os militares golpistas.
Ao que tudo indica, o Brasil vai retornando aos eixos da normalidade para parcela considerável da população, menos para um grupo diminuto de celerados.
Em 2024, ainda há quem acredite que é possível suspender as eleições de 2022 por conta da agência Mynd8 e do engajamento voluntário de alguns influenciadores na última campanha presidencial. Entre os alucinados, há quem esteja descobrindo agora o mercado de agenciamento de páginas e influenciadores digitais para promoção de celebridades e marcas. A verdadeira descoberta do fogo na era dos motores à combustão, ou seja, nada de novo sob o sol.
E ainda há, no submundo bolsonarista, quem tente agitar uma nova “festa da Selma” às vésperas do aniversário de um ano do 8 de janeiro, quem peça socorro aos militares e quem ainda esteja indo para os EUA “denunciar” uma suposta ditadura lulista.
Em esferas ainda mais inglórias, há quem decida mobilizar a Câmara de vereadores e recursos públicos de São Paulo para investigar um padre cujo o “crime” seria apoiar dependentes químicos e pessoas em situação de rua.
Há quem fale sobre previsões catastróficas para o Brasil, terra plana e insista numa suposta loucura de que vacinas contra doenças fazem mais mal que as doenças em si.
Ainda hoje, há quem esteja mobilizando um novo fechamento de estradas e de contestação dos resultados das urnas em 2022.
Ao que tudo indica, hoje o país está dividido em dois segmentos estanques: os que vivem o mundo real, trabalham em prol dele e da sociedade, e os aluados que vivem uma realidade paralela. E nessa confusão, aqueles que ainda se amparam na vida real para tomar decisões, se esforçam não só para progredir, mas também para sobreviver.
A economia do Brasil pode até decolar, se tornar uma das cinco maiores do mundo, e Lula pode até mesmo conseguir reverter o profundo processo de desindustrialização a que o país foi submetido. Porém, quem irá reverter o processo de hipnose e emburrecimento em que as pessoas foram submetidas?
É realmente possível progredir com tanta gente comprometida com o retrocesso?
Infelizmente, em certo aspecto, ainda estamos presos em novembro de 2022.
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