A Justiça da Suíça reverteu uma decisão anterior, anulando a condenação de Alexi Stival, mais conhecido como Cuca, ex-jogador de futebol e técnico brasileiro, que havia sido sentenciado a 15 meses de prisão e multa por estupro.
A sentença anulada data de dezembro do ano passado, mas só veio a público nesta quarta-feira, 3, conforme divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo.
A decisão judicial também incluiu a ordem de compensação financeira a Cuca no valor de 9,5 mil francos suíços, equivalente a aproximadamente R$ 55,2 mil.
Segundo a reportagem da Folha, a anulação do processo ocorreu após a juíza Bettina Bochsler aceitar os argumentos da defesa de Cuca, que alegava ter sido julgado à revelia, sem representação legal adequada.
O caso, remontando a 1987, enfrentou a impossibilidade de um novo julgamento devido à prescrição do crime, levando o Ministério Público da Suíça a sugerir a anulação da pena e a extinção do processo.
A Justiça suíça, ao anular o processo, não se pronunciou sobre o mérito das acusações contra Cuca, que nunca havia cumprido a pena inicialmente imposta.
O episódio teve repercussões significativas na carreira de Cuca, levando-o a renunciar ao cargo de técnico do Corinthians em 2021, pouco após sua nomeação, em meio a protestos de torcedores e atletas da equipe feminina do clube.
O Corinthians é conhecido por ter uma das equipes femininas mais vitoriosas do Brasil, com conquistas nacionais e da Libertadores feminina.
O caso original envolvia alegações de violência sexual contra uma jovem de 13 anos em 1987, quando Cuca era jogador do Grêmio e estava em excursão na Suíça.
Ele e outros dois jogadores foram acusados de estupro coletivo, mas foram liberados após pagamento de fiança, retornando ao Brasil sem cumprir as sentenças impostas em 1989, devido à política brasileira de não extraditar seus cidadãos.
Em 2021, Cuca divulgou um vídeo refutando as acusações, afirmando que não ocorreu estupro, mas uma condenação decorrente da entrada de uma menor em seu quarto.
Uma investigação do jornal suíço Der Bund, contudo, menciona a acusação da presença de sêmen do treinador no corpo da menina. A anulação da condenação por parte da Justiça suíça encerra um capítulo controverso na vida e carreira do ex-técnico.
João Pedro Silva
03/01/2024 - 21h17
Uma pessoa corretamente condenada, mas indevidamente processado. Neste momento, devemos dissociar a moralidade da ética Jurídica, senão sofreremos ainda mais do que agora.