Haddad propõe mudanças na gestão do Banco Central

Valter Campanato / Agência Brasil

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou recentemente seu apoio a ideia de antecipar o término do mandato dos presidentes do Banco Central para o primeiro ano do mandato presidencial.

Esta sugestão marca uma mudança significativa em relação à atual legislação, que permite a alteração na liderança do Banco Central apenas ao final do segundo ano do mandato presidencial.

Haddad argumenta que esta mudança é necessária devido ao impacto prolongado das políticas monetárias.

“Diria que um ano do mandato presidencial seguinte pode funcionar melhor do que dois anos, porque as decisões de política monetária têm efeito até 18 meses à frente. E há risco de um presidente indicado pelo governo anterior interferir na gestão do seguinte,” explicou o ministro em uma entrevista ao jornal O Globo.

Além disso, o ministro levantou preocupações sobre a duração da quarentena para ex-presidentes do Banco Central antes de retornarem ao setor privado, sugerindo um aumento de seis meses para dois anos.

Ele destacou a importância dessa medida para garantir a integridade e a independência da instituição.

Haddad também comentou sobre a situação atual do Banco Central, observando que a nomeação de seu presidente durante um governo anterior foi um evento sem precedentes e que isso gerou alguns desafios.

“A transição foi atípica e delicada. E foi a primeira vez que um presidente do Banco Central foi indicado pelo governo anterior. Houve episódios que afastaram um pouco os atores envolvidos,” disse ele.

O ministro enfatizou a natureza profissional de sua relação com o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e mencionou melhorias nas relações institucionais entre o Ministério da Fazenda, o Banco Central e o Palácio do Planalto.

“Minha relação com o Roberto sempre foi profissional. A do Lula, assisti ao primeiro encontro, em dezembro de 2022, e não foi um bom encontro, mas não quero entrar em detalhes. Já o segundo foi muito bom. A relação institucional da Fazenda com o BC nunca teve problemas. E a do Planalto passou a não ter,” concluiu Haddad.

Redação:
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.