Em um cenário de crise demográfica crescente, as mulheres na China estão demonstrando uma resistência notável às pressões de Pequim para aumentar a taxa de natalidade, conforme relatado pelo Wall Street Journal.
Este desafio se manifesta em um contexto onde o Partido Comunista Chinês enfrenta um colapso demográfico alarmante, com os nascimentos caindo de 16 milhões em 2012 para pouco mais de 10 milhões em 2022.
A mudança radical no perfil demográfico do país sugere que, até 2040, a China terá uma população de idosos acima de 60 anos excedendo 400 milhões, superando o total da população dos Estados Unidos.
Diante deste cenário, o líder chinês Xi Jinping tem enfatizado a urgência em reverter esta tendência, incentivando uma “nova tendência de família” e promovendo uma cultura de casamento e procriação.
No entanto, as mulheres chinesas estão resistindo ativamente a estas diretrizes. Molly Chen, em uma declaração ao The Wall Street Journal, exemplifica esta oposição: “Não posso me dar ao luxo de cuidar de mais nada fora dos meus pais e do trabalho”.
A crescente relutância em aceitar os papéis tradicionais de casamento e maternidade é impulsionada por preocupações econômicas e um desejo de preservar a liberdade pessoal.
Esta mudança de mentalidade é também refletida na queda acentuada dos casamentos registrados, que diminuíram de 13 milhões em 2013 para 6,8 milhões em 2022.
Apesar das tentativas do governo de promover valores familiares e oferecer incentivos financeiros para o nascimento de mais filhos, muitas jovens chinesas estão optando por permanecer solteiras e sem filhos.
O tratamento das mulheres na China também tem gerado debates nacionais, especialmente em um contexto onde ativistas dos direitos das mulheres enfrentam medidas repressivas do governo.
A ironia da situação atual é destacada por uma mulher que, há pouco tempo, estava evitando multas por ter muitos filhos, mas agora se vê assediada por mensagens de texto do governo para ter mais.
Este relatório do Wall Street Journal destaca um cenário complexo e desafiador para o futuro demográfico da China, com as mulheres desempenhando um papel central na resistência às políticas governamentais de natalidade.
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