Vencedor do Nobel da Paz é condenado a prisão em Bangladesh

IOC/Ian Jones

O renomado vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, foi condenado a seis meses de prisão por supostas violações da legislação trabalhista.

O tribunal em Bangladesh emitiu a sentença nesta segunda-feira (1), afetando não apenas Yunus, mas também três colaboradores da Grameen Telecom, uma empresa fundada por ele.

Yunus, conhecido por seu trabalho pioneiro no campo dos microcréditos, que beneficiou milhões na luta contra a pobreza, agora enfrenta acusações relacionadas à omissão da criação de um fundo de assistência para os funcionários.

A primeira-ministra do governo, Sheikh Hasina, afirmou que o banqueiro “explorou” financeiramente os mais necessitados, uma acusação que ele e seus apoiadores alegam ser politicamente motivada.

O advogado de Yunus, Khaja Tanvir, alegou que o caso tem motivações políticas, sugerindo que poderia estar relacionado aos rumores de que Yunus estava considerando fundar um partido político, potencialmente rivalizando com a Liga Awami, liderada por Hasina.

A sentença gerou indignação internacional, com Irene Khan, ex-secretária-geral da Anistia Internacional e atual relatora especial da ONU, denunciando a perseguição ao “ativista social e prêmio Nobel que trouxe honra e orgulho ao país”.

Muhammad Yunus, conhecido como o “banqueiro dos pobres”, é aclamado por sua contribuição à difusão do conceito de microcrédito e seu compromisso com a meta de emissão líquida zero de gases de efeito estufa, conforme detalhado em seu livro “Um Mundo de Três Zeros”.

Ele foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 2006 pela fundação do Grameen Bank, o primeiro banco especializado em microcrédito do mundo, que visava a erradicação da pobreza e a introdução dos conceitos de microcrédito e microfinanças.

Yunus também foi reconhecido com o Prêmio Mundial de Alimentação devido ao papel do Grameen Bank na redução da fome.

Com 83 anos de idade, Muhammad Yunus enfrenta agora os desafios legais decorrentes dessa condenação, enquanto seus apoiadores argumentam que sua contribuição excepcional à luta contra a pobreza e à inovação financeira deveria ser reconhecida e protegida.

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