Duas semanas após a posse do mandatário, 56 por cento dos entrevistados também consideram que o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) é inconstitucional, segundo um estudo da consultoria Zuban-Córdoba. O impacto das medidas impopulares sobre a opinião pública.
30 de dezembro de 2023 – 01:22
Pagina 12 — Javier Milei obteve 55,7 por cento dos votos no segundo turno para presidente e se baseou nisso para lançar medidas muito impopulares em suas primeiras três semanas de gestão. No entanto, a consultoria Zuban-Córdoba já mede uma queda consistente no apoio ao mandatário de ultradireita. Segundo a pesquisa, Milei perdeu 1 por cento de apoio por dia de gestão, alcançando 55,5 por cento com imagem negativa sobre sua pessoa contra apenas 44,1 por cento com imagem positiva.
Além disso, a pesquisa também mediu o impacto do DNU anunciado pelo presidente na semana passada. Embora Milei confiasse que, em caso de rejeição pelo Congresso, convocaria uma consulta popular — que seria não vinculante — porque, segundo ele, 75 por cento das pessoas o apoiavam, a pesquisa mostra outros números. 56,1 por cento dizem que o DNU é “inconstitucional e deve ser revogado pelo Congresso ou pela Justiça”. Longe do número comemorado por Milei, em uma entrevista com a LN+, segundo a consultoria, apenas 39,8 por cento consideraram que o DNU “deve entrar em vigor”.
O diretor da consultoria, Gustavo Córdoba, antecipou o resultado mais impactante da última medição feita pela sua empresa, na qual 54,3 por cento dos entrevistados consideram que o país está indo “na direção incorreta”, 43,5 por cento indicam que está indo “na direção correta” e 2,2 por cento se mantêm à margem, apesar do duro impacto econômico e social das primeiras medidas.
Também se consultou sobre o nível de aprovação do governo anarcocapitalista em suas primeiras três semanas de gestão. 51,9 por cento dos consultados disseram que o “desaprovam totalmente”, apenas 38,6 por cento o “aprovam totalmente”, 5,3 por cento “aprovam algo” e 3,5 por cento “desaprovam algo”.
Entrando mais em detalhe, a consultoria consultou sobre a concordância da população com elementos centrais da política implementada pelo governo e encontrou que apenas um terço da população considera que “o ajuste de Milei está sendo pago pela casta” e que cerca de 70% acredita que “está sendo pago pelo povo. Além disso, cerca de 60% consideram que o DNU é “a favor de um grupo de empresas” e não “do povo comum”.
“É um dos presidentes mais fracos, porque não tem a territorialidade nem a presença legislativa necessária para se posicionar de forma tão autoritária no centro da cena política”, afirmou Gustavo Córdoba, em diálogo radiofônico. E assegurou: “É a perda de diferencial positivo mais acelerada de que temos registro. Atrevemo-nos até a dizer que provavelmente é a mais acelerada em toda a história da região”.
Na pesquisa também se levantou a percepção sobre o futuro do país dentro de um ano. A nível nacional, 52,9 por cento das pessoas consideraram que estará “mal”, enquanto que a perspectiva foi melhor a nível pessoal, quando 41,2 por cento disseram que estarão “mal”, embora apenas 29,7 por cento disseram que estarão “bem”.
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