Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar exportações de bens brasileiros atingiram um valor significativo de US$ 1,6 bilhão neste ano, superando a soma dos últimos dois anos e estabelecendo um recorde desde 2016. A informação foi divulgada pela Folha.
Este crescimento evidencia a retomada da atuação do banco em apoio à indústria brasileira no cenário internacional. A Embraer, gigante no setor aeronáutico, se destaca entre os principais beneficiários desta linha de crédito, que viabilizou a exportação de 67 aeronaves.
O atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, alinhado às políticas do governo Lula, foca em dobrar o tamanho da instituição até 2026, com especial atenção ao segmento exportador.
José Luis Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, ressalta o objetivo de fortalecer um setor industrial exportador robusto, gerando empregos e impulsionando a economia.
A instituição adotou medidas como a redução de até 60% no spread bancário para exportações, atraindo uma demanda significativa de US$ 4 bilhões em projetos.
Além da Embraer, que recebeu aprovação para quase R$ 10 bilhões em financiamentos, empresas de alimentos, máquinas, equipamentos e do setor automotivo também buscaram crédito no BNDES para suas exportações.
Essa diversificação é parte de uma estratégia maior de reforço ao financiamento da indústria brasileira.
Enquanto isso, a Embraer ressalta a importância do financiamento a exportações de aviões, uma prática comum em países fabricantes de aeronaves.
A empresa enfatiza o papel estratégico do BNDES em seus planos de crescimento e na manutenção de empregos na cadeia aeronáutica brasileira.
O financiamento à exportação de bens representa apenas uma das categorias operadas pelo banco.
Há, contudo, debates sobre a retomada do financiamento a obras e serviços prestados por empresas brasileiras no exterior. Esse tipo de crédito foi suspenso em 2016 devido a investigações na Operação Lava Jato.
Um projeto de lei para reautorizar essas operações está atualmente em discussão no Congresso Nacional.
A proposta enfrenta diferentes opiniões entre os parlamentares, com alguns defendendo a necessidade de aprovação prévia do Congresso para tais operações.
A retomada do financiamento à exportação de bens pelo BNDES é vista como uma política necessária para a inserção internacional do Brasil.
A proposta do deputado Mendonça Filho visa assegurar a participação do Legislativo nas decisões de crédito à exportação, especialmente em operações com risco final assumido por países estrangeiros.
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