No trimestre encerrado em novembro, o Brasil testemunhou uma significativa recuperação no mercado de trabalho, com a taxa de desocupação caindo para 7,5%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta marca representa uma redução de 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012, há agora 100,5 milhões de pessoas ocupadas no país, um aumento de 0,9% em comparação com o período anterior.
“Esta é a terceira queda consecutiva da taxa de desocupação, indicando uma inversão na tendência dos anos anteriores”, comentou Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE.
Ela ressaltou que a taxa atual é a menor para um trimestre encerrado em novembro desde 2014.
O número de desempregados manteve-se estável em 8,2 milhões, o menor desde abril de 2015. O nível de ocupação atingiu 57,4%, com um aumento de 0,4 ponto percentual. Do crescimento no número de ocupados, a maior parte foi absorvida pelo setor privado com carteira assinada.
A categoria de empregados com carteira no setor privado foi estimada em 37,7 milhões, alcançando o segundo maior nível da série histórica.
“Observamos um crescimento contínuo do trabalho formal desde 2022, mas também um aumento na informalidade”, acrescentou Beringuy.
A taxa de informalidade foi de 39,2%, representando 39,4 milhões de trabalhadores informais. Na indústria, houve um aumento de 2,9% no número de ocupados, e na construção, de 2,8%.
O número total de pessoas na força de trabalho subiu para 108,7 milhões, e os desalentados caíram para 3,4 milhões, o menor número desde agosto de 2016.
O rendimento médio real aumentou 2,3% no trimestre, chegando a R$ 3.034, com crescimentos notáveis entre os empregados formais e trabalhadores por conta própria com CNPJ.
A massa de rendimento atingiu R$ 300,2 bilhões, um recorde na série histórica, com um aumento de 3,2% no trimestre e 4,8% no ano.
“Este aumento é resultado da expansão no número de pessoas inseridas no mercado de trabalho e do aumento do rendimento médio”, concluiu Beringuy.
A Pnad Contínua, essencial para o monitoramento da força de trabalho no Brasil, abrange 211 mil domicílios por trimestre, com cerca de dois mil entrevistadores atuando em 26 estados e no Distrito Federal.
Desde março de 2020, em resposta à pandemia de Covid-19, o IBGE implementou a coleta de informações por telefone, retornando à coleta presencial em julho de 2021.