Uma denúncia recentemente recebida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro levanta suspeitas sobre uma alegada conversa entre Igor Bicaco, subsecretário estadual de Administração Penitenciária, e Luis Antonio da Silva Braga, conhecido como Zinho, líder miliciano. O portal de notícias UOL teve acesso ao documento.
Circunstâncias da denúncia
Segundo o relatório, após sua rendição na sede da Polícia Federal em 24 de dezembro e subsequente transferência para o Complexo de Gericinó, em Bangu, Zinho teria demandado a presença de Bicaco. O subsecretário, não convocado oficialmente, teria se encontrado com Zinho no presídio.
Um funcionário do sistema prisional, que preferiu manter anonimato, testemunhou e denunciou o encontro, incluindo um descontentamento vocal de Zinho com relação ao protocolo de raspagem de cabelo na prisão.
Evidências apresentadas
A denúncia inclui uma imagem de câmera de segurança, fornecida pelo denunciante, onde Bicaco supostamente instrui alguns agentes penais a deixarem o local, mantendo apenas aqueles de sua confiança. Esta imagem foi encaminhada ao MP, que agora busca as gravações completas das câmeras de segurança para investigar mais a fundo.
Alegações de possível fuga e associação com milícias
Dentre as preocupações levantadas está a hipótese de Bicaco facilitar uma eventual fuga de Zinho. O MP está avaliando a possibilidade de uma conexão entre o subsecretário e operações milicianas.
Resposta da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap)
A Seap negou categoricamente que qualquer conversa entre Bicaco e Zinho tenha ocorrido, reforçando que a diretriz era evitar comunicação entre subsecretários e Zinho, classificado como criminoso de alta periculosidade. A secretaria também negou ter recebido solicitações para fornecer imagens de segurança do incidente.
Considerações do Ministério da Justiça
O Ministério da Justiça, representado pelo secretário-executivo Ricardo Cappelli, considera a transferência de Zinho para um presídio federal de segurança máxima, sujeito a solicitação do governo estadual do Rio de Janeiro. Zinho, foragido desde 2018, enfrenta acusações severas, incluindo homicídio e lavagem de dinheiro.
Este caso permanece em investigação, com as autoridades buscando esclarecer os fatos e as alegações envolvidas.