Líder da maior milícia do Rio, “Zinho” é acusado de matar PM e ex-vereador

Foto: Reprodução

O miliciano carioca Luiz Antônio da Silva Braga, conhecido como “Zinho”, que liderava a maior milícia do Rio de Janeiro, está enfrentando seis denúncias do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Entre as acusações, destaca-se o papel de mandante no assassinato do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o “Jerominho”.

Zinho, considerado o criminoso mais procurado pelas autoridades de segurança do estado, entregou-se à Polícia Federal na véspera de Natal, encerrando uma fuga que se estendia desde 2018. Com 12 mandados de prisão pendentes, sua captura foi resultado de várias operações, incluindo a Operação Dinastia 2 realizada no último dia 19.

As denúncias do MP apontam que Zinho, além de ordenar a morte de Jerominho, é acusado de diversos assassinatos de membros de gangues rivais, envolvimento em crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, extorsão e corrupção policial.

Uma das alegações do Ministério Público é que Zinho teria planejado o assassinato de Jerominho para evitar que ele e seu irmão retomassem o controle da organização criminosa. Câmeras de segurança registraram o momento em que três homens armados atacaram as vítimas em frente a um supermercado em Campo Grande, Zona Oeste do Rio.

Outras acusações incluem o envolvimento de Zinho em assassinatos de membros de gangues rivais, como André Luiz Rosa de Sousa e Leandro de Oliveira Moreno, em Seropédica. Os investigadores afirmam que as vítimas foram mortas por não obedecerem às ordens após ingressarem na organização criminosa liderada por Zinho.

Além disso, Zinho é apontado como líder do grupo responsável pela morte do policial militar Devid de Souza Matos durante uma operação contra a milícia no Canto do Rio, em dezembro de 2021. A Justiça recebeu a denúncia do MP quase dois anos depois do ocorrido.

As investigações revelaram a estrutura de cobrança de taxas ilegais a empresas e comerciantes locais, com a milícia de Zinho utilizando mensagens codificadas para coordenar crimes e extorsões, evitando rastreamento digital.

Grandes empreiteiras eram obrigadas a pagar mensalmente à milícia por cada empreendimento realizado, incluindo obras da Prefeitura do Rio, com valores expressivos documentados, chegando a R$ 168 mil em um mês apenas nessas taxas.

A milícia de Zinho chegou a criar um departamento para coagir comerciantes e empresários a pagar propina, com um responsável pelas cobranças, ciente dos valores arrecadados e da violência utilizada nas ações na Zona Oeste da cidade.

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