O governo britânico tomou uma decisão robusta em resposta às crescentes tensões entre Guiana e Venezuela pela região rica em petróleo do Essequibo.
O navio de guerra ‘HMS Trent’ será deslocado para a Guiana, antiga colônia britânica e parceira na Commonwealth, para apoiar compromissos na área.
Essa movimentação ocorre em um momento em que a Venezuela renovou suas reivindicações sobre o Essequibo.
Inicialmente destinado ao Mar Mediterrâneo, o ‘HMS Trent’ foi realocado para o Caribe em dezembro para combater o tráfico de drogas, sendo interpretado como um gesto de apoio do Reino Unido à Guiana, especialmente após a visita do chefe da diplomacia britânica nas Américas, David Rutley, ao país.
Apesar de esforços diplomáticos recentes entre os presidentes da Guiana, Irfaan Ali, e da Venezuela, Nicolás Maduro, para aliviar as tensões sobre a reivindicação venezuelana no Essequibo, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, considerou o envio do navio britânico uma “provocação”, expressando preocupações com a paz na região.
A disputa histórica pelo Essequibo entre Guiana e Venezuela remonta a 1811, quando a Venezuela declarou independência da Espanha.
O controle do território passou do Reino Unido para a Holanda em 1814, levando a uma decisão de um tribunal internacional em 1899, que atribuiu a região à Guiana. Contudo, a Venezuela contestou a decisão décadas depois.
A descoberta de reservas significativas de petróleo pela ExxonMobil na Guiana, cerca de 11 bilhões de barris, transformou a economia do país.
Enquanto a Guiana experimenta crescimento, a Venezuela enfrenta desafios econômicos, incluindo queda na produção de petróleo e problemas na PDVSA.
Apesar das tensões, Guiana e Venezuela se comprometeram a resolver suas disputas de acordo com o direito internacional, incluindo o Acordo de Genebra, evitando o uso da força. Uma próxima reunião entre os dois países está programada para ocorrer no Brasil em três meses.