“Detenção ocorre após negociações na sede da corporação no centro da capital”
Luís Antônio da Silva Braga, mais conhecido como Zinho, foi preso pela Polícia Federal na véspera de Natal, dia 24 de dezembro de 2023. Zinho, apontado como líder da maior milícia do Rio de Janeiro, estava foragido desde 2018. A prisão aconteceu após ele se apresentar na sede da Polícia Federal no centro da capital, resultado de negociações facilitadas pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Após sua entrega, Zinho foi detido por agentes da Delegacia de Repressão a Drogas e do Grupo de Investigações Sensíveis e Facções Criminosas. Ele era procurado com 12 mandados de prisão em aberto, sendo considerado pela administração do governador Cláudio Castro (PL) como o “inimigo número 1 do RJ”.
Seguindo as formalidades legais, Zinho foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML) e posteriormente transferido para o Presídio José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio. O governador do estado expressou contentamento com a prisão, considerando-a uma vitória para a sociedade.
Zinho assumiu o controle da milícia da zona oeste do Rio em 2021, após a morte de seu irmão, Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko. Antes de Ecko, o comando era exercido por outro irmão, Carlos da Silva Braga, o CL ou Carlinhos Três Pontes. A milícia, que já foi chamada de Liga da Justiça e criada na década de 1990, passou por várias mudanças de nome e estrutura ao longo dos anos.
As ações da milícia incluem a cobrança de taxas extras dos moradores, extorsão de comerciantes e monopólios em serviços básicos. A Promotoria estima que Zinho arrecadava entre R$ 5 milhões a R$ 10 milhões por mês para a quadrilha.
Recentemente, a Polícia Federal e o Ministério Público do Rio realizaram uma operação contra Zinho e outros membros da milícia, acusados de uma série de crimes, incluindo formação de milícia privada, extorsão, homicídios, lavagem de capitais, e posse ilegal e comercialização de armas de fogo.
Além disso, Zinho é acusado de ordenar ataques que resultaram na destruição de 35 ônibus e um trem na zona oeste do Rio, em outubro deste ano, como retaliação à morte de seu sobrinho, Matheus Rezende, o Faustão, em uma ação policial. Antes de ser detido, Zinho já tinha sido preso por porte ilegal de arma e associação criminosa, mas foi solto após pagar propina.