(Reuters) – Israel bombardeou durante a noite áreas de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, com combates atravessando toda a manhã deste domingo, disseram residentes e meios de comunicação palestinos, enquanto autoridades de saúde de Gaza e as Forças Militares israelenses anunciaram um aumento no número de mortos no conflito.
Israel afirma ter alcançado o controle operacional quase completo sobre o norte de Gaza e está se preparando para expandir uma ofensiva terrestre contra o Hamas para outras áreas. No entanto, os moradores de Jabalia relataram bombardeios aéreos persistentes e ataques de tanques israelenses, que, segundo eles, avançaram para o interior da cidade no sábado.
Um porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza disse neste domingo que 166 palestinos foram mortos nas últimas 24 horas, elevando o número total de mortos palestinos para 20.424. Dezenas de milhares de pessoas já ficaram feridas, com muitos corpos presos sob os escombros. Quase todos os 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados.
Os militares israelenses disseram que nove soldados foram mortos no último dia, elevando para 155 as perdas em combate publicadas desde que Israel iniciou a incursão terrestre em Gaza, como resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro, quando militantes mataram 1.200 pessoas e fizeram 240 reféns.
O número diário de vítimas das forças israelenses terrestres foi um dos mais altos até agora. “Esta é uma manhã difícil, depois de um dia muito difícil de combates em Gaza”, disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em reunião de gabinete neste domingo. “A guerra está nos cobrando um custo muito pesado; no entanto, não temos escolha (a não ser) continuar a lutar.”Mediadores egípcios e do Catar têm tentado romper o impasse para acabar com a violência.
Uma delegação do grupo Jihad Islâmica Palestina, que também tem prisioneiros sob custódia em Gaza, chegou ao Cairo para negociações com autoridades egípcias sobre “formas de acabar com a agressão israelense ao nosso povo em Gaza”, disse uma autoridade do grupo à Reuters neste domingo. Netanyahu, ao falar em reunião semanal de gabinete neste domingo, rejeitou reportagem de que os Estados Unidos tinham convencido Israel a não expandir a campanha militar.
A Casa Branca disse no sábado que o presidente dos EUA, Joe Biden, e Netanyahu discutiram a campanha israelense em telefonema.O Wall Street Journal informou no sábado que Netanyahu foi persuadido por Biden a não atacar o grupo militante Hezbollah no Líbano, por temer que o grupo pudesse lançar um ataque a Israel.”Israel é um Estado soberano”, disse Netanyahu. “Nossas decisões na guerra são baseadas em nossas considerações operacionais e não vou entrar em detalhes sobre isso”.