Em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, a Ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, revelou um protocolo fascista para o controle de ruas e manifestações no país.
De acordo com informações do portal Clarín, o novo procedimento incluirá o uso de sistemas avançados de reconhecimento facial com o objetivo de identificar manifestantes e, alegadamente, verificar seus benefícios sociais.
Segundo a reportagem, existem atualmente três sistemas de reconhecimento facial em operação na Argentina, todos seguindo procedimentos semelhantes. O processo envolve o uso de câmeras de vídeo de alta resolução, que podem estar conectadas à internet para detecção em tempo real ou gravar imagens para comparação posterior.
O software utilizado na identificação facial analisa as imagens, fornecendo dados biométricos que são então comparados com bancos de dados, como o Cadastro Nacional de Pessoas (Renaper) ou o sistema de Consulta Nacional de Rebeliões e Capturas (Conarc).
A Prefeitura de Buenos Aires já utilizava o Conarc em 2019 para a busca de fugitivos, contando na época com uma lista de mais de 40 mil pessoas. O novo protocolo, que integra o reconhecimento facial a essas bases de dados, levanta preocupações sobre a privacidade dos cidadãos e suscita debates sobre o equilíbrio entre segurança pública e direitos individuais.
Críticos do anúncio expressaram preocupações sobre o potencial uso indevido dessas tecnologias para fins políticos e a possibilidade de violações dos direitos civis dos manifestantes. O governo ainda não se pronunciou sobre essas preocupações, mas a implementação do novo protocolo certamente será acompanhada de perto pela sociedade argentina e organizações de defesa dos direitos humanos.