Sisi obteve 89,6% dos votos para garantir um terceiro mandato, com participação de 66,8%, afirma a autoridade eleitoral.
Publicado em 18/12/2023
Al Jazeera — O presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, garantiu um terceiro mandato como líder da nação mais populosa do Oriente Médio, disseram autoridades, após a contagem dos votos nas eleições realizadas entre 10 e 12 de dezembro ter sido finalizada.
Sisi obteve 89,6 por cento dos votos, informou a Autoridade Eleitoral Nacional na segunda-feira.
A participação atingiu “sem precedentes” 66,8% dos eleitores, disse o chefe da autoridade, Hazem Badawy.
Mais de 39 milhões de egípcios votaram em Sisi, um ex-chefe do exército que governa o país árabe mais populoso há uma década.
A votação, cujo resultado foi pouco duvidoso, ocorreu enquanto o Egito lidava com várias crises, incluindo a guerra Israel-Hamas na vizinha Gaza e na pior crise econômica do país.
Nenhuma oposição séria
Apesar das aflições do Egito, uma década de repressão à dissidência eliminou qualquer oposição séria a Sisi, o quinto presidente a emergir das fileiras militares desde 1952.
Sisi concorreu contra três outros candidatos, nenhum dos quais era de destaque. O candidato potencial mais proeminente encerrou sua candidatura reclamando que sua campanha havia sido prejudicada e dezenas de seus apoiadores presos.
O vice-campeão Hazem Omar, que lidera o Partido Popular Republicano, recebeu 4,5% dos votos.
Em seguida vieram Farid Zahran, líder do Partido Social Democrata Egípcio, de tendência esquerdista, e Abdel-Sanad Yamama, do Wafd, um partido centenário, mas relativamente marginal.
Sisi está agora prestes a cumprir o seu terceiro – e, de acordo com a Constituição, o último – mandato, a partir de abril.
Apertando o controle do poder
Sisi chegou ao poder após a derrubada, em 2013, do primeiro presidente eleito pelo povo, Mohamed Morsi. Foi reeleito em 2018. Nas duas eleições anteriores venceu com 97 por cento dos votos.
Sisi estendeu o mandato presidencial de quatro para seis anos e alterou a constituição para aumentar o limite de mandatos consecutivos de dois para três.
Sob o seu governo, o Egito prendeu milhares de presos políticos e, embora um comitê presidencial de indultos tenha libertado cerca de 1.000 num ano, grupos de defesa dos direitos humanos dizem que três a quatro vezes mais foram detidos no mesmo período.
Os seus apoiadores atribuem-lhe o mérito de ter conseguido o regresso à calma no país após o caos que se seguiu à revolta de 2011 que derrubou o presidente Hosni Mubarak.
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