PF investiga contratos milionários entre empresas fantasmas e o Exército

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No decorrer do último ano, uma série de empresas operando sob a fachada de jovens empreendedores foi descoberta como beneficiária de contratos no valor impressionante de R$ 18,2 milhões junto ao Exército Brasileiro.

As investigações da Polícia Federal revelaram uma intricada teia de conexões entre essas entidades, associadas a um empresário já envolvido em escândalos passados, e um contador que está atualmente sob investigação pela Polícia Federal.

De acordo com informações obtidas pelo Metrópoles, essas empresas, formalmente registradas em nome de jovens residentes no Rio de Janeiro e em Santa Catarina, têm laços e endereços em comum. Elas desempenharam papéis significativos em 157 concorrências na corporação militar, em alguns casos competindo entre si para garantir contratos lucrativos.

Os contratos, que envolviam o fornecimento de equipamentos militares, como barracas, capacetes e cantis, levantaram suspeitas de irregularidades. Investigações apontaram o uso de “laranjas” nessas operações, prática admitida por um ex-sócio já condenado por essa conduta.

Este ex-sócio revelou que tais empresas foram criadas com o propósito de simular competições em licitações ou fornecer cobertura a outras entidades, servindo aos interesses de um empresário envolvido em escândalos anteriores.

O contador responsável pela abertura dessas empresas, Luiz Romildo Mello, encontra-se sob investigação, incluindo a recente Operação Mobília de Ouro. As suspeitas incluem superfaturamento e o uso de empresas associadas para fraudar licitações em órgãos públicos.

Empresas como Camaqua Comércio e Serviços, Duas Rainhas Comércio de Artigos Militares, Imperato Comércio de Artigos Militares e Nova Prata Confecções estão entre as vinculadas a Romildo. Algumas delas mantêm laços diretos com seu escritório de contabilidade, enquanto outras têm o contador listado como sócio ou em seu “nome fantasia”.

Detalhes intrigantes revelam que a empresa Duas Rainhas, por exemplo, tornou-se a principal fornecedora de bens materiais ao Exército, assegurando um contrato substancial de R$ 9,2 milhões para o fornecimento de macacões.

Estas empresas têm sido ativas em concorrências do Exército, algumas competindo entre si. Apesar do orçamento robusto de R$ 53 bilhões do Comando do Exército, essas entidades conseguiram obter contratos significativos, embora com uma baixa taxa de sucesso nas licitações. Há indícios de que algumas dessas empresas foram utilizadas para dar cobertura a outras pertencentes a terceiros.

Vale ressaltar que essas empresas estão diretamente relacionadas a um empresário de renome, Artur Wascheck, com histórico de envolvimento no escândalo dos Correios em 2007 e ligações com o mensalão. As marcas associadas a Wascheck estão presentes em empresas abertas por Romildo, inclusive com o uso de e-mails durante as licitações do Exército, adicionando uma camada extra de complexidade a esse escândalo em evolução.

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