Em uma entrevista a Veja, Fabrício Queiroz, ex-policial militar e ex-assessor do clã Bolsonaro, figura central no escândalo das rachadinhas nos gabinetes da família, lamentou o que chamou de “ingratidão” por parte de seus antigos aliados.
Queiroz, conhecido por seu papel controverso, afirmou que nunca mais teve contato com os Bolsonaros desde o ano passado, quando expressou sua intenção de concorrer a uma vaga como deputado.
Queiroz não poupou críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, alegando que, dada a posição de liderança ocupada por ele, poderia ter proporcionado oportunidades profissionais. O ex-assessor mencionou ter hospedado membros da família Bolsonaro em sua casa, mas nunca recebeu qualquer sinal de reconhecimento ou apoio.
Em um tom ameaçador, Queiroz alertou que “o castigo vem a cavalo” diante do que descreveu como ingratidão. Ele afirmou que não guarda mágoas da família Bolsonaro, mas ressaltou que, mesmo se fosse um criminoso, não mereceria ser abandonado. Apesar disso, Queiroz afirmou não possuir segredos que possam comprometer a família do ex-presidente.
“Bolsonaro foi presidente da República. Poderia arrumar algum lugar para eu trabalhar. Já hospedei em casa o Jair Renan, a filha da Michelle… Mesmo assim, nunca tive aceno deles. Até mesmo se eu fosse bandido, não deveriam me abandonar. Mas não tem mágoa com a família nesse sentido. Mas a gente vê o que acontece quando tem ingratidão. O castigo vem a cavalo”, disparou.
“Não tem segredo nenhum comigo. E, se tivesse… A família dele não é melhor que a minha para ele sacrificar a minha família e a dele ficar bem. Porque a dele está bem. Na dele, todos são políticos, todos ganham bem. Vou segurar a viola deles para a minha se ferrar? Jamais”.
O ex-assessor também destacou que, se Jair Bolsonaro tivesse oferecido algum apoio, ele poderia ser um deputado estadual hoje. No entanto, observou que a família Bolsonaro está enfrentando desafios, sugerindo que o ex-presidente pode se arrepender de sua decisão de assumir a presidência, dado o atual cenário de exposição e críticas.
Por fim, Queiroz afirmou que “se o Jair acenasse para mim com alguma coisa, com certeza eu seria deputado estadual hoje. Agora, eles seguem a vida deles lá, estão numa fogueira danada. Pelo que conheço, acho que o Jair se arrepende de ter sido presidente. Só está tomando porrada, todos da família estão expostos. E o sistema voltou”.