Se aproxima a despedida do articulador do movimento de anistia e afago aos militares depois de uma década dos fardados tumultuando (mais uma vez) a democracia, o ministro da Defesa José Múcio.
Em Brasília, não é segredo para ninguém que Múcio nunca quis o cargo, mas que ouviu do próprio presidente Lula, recém eleito, que ele seria o único capaz de comandar a defesa depois de uma década de tumulto causado pelos fardados. Por isso, aceitou ficar apenas um ano, uma espécie de transição para a normalidade.
Por isso, é pouco verossímil que Múcio seja uma espécie de “traidor” ou “sabotador” do governo Lula, como alegam algumas alas da militância petista. O ministro está ali executando exatamente o que o presidente deseja.
Conhecido pelo tratamento gentil e lhano dispensado a quem quer que converse com ele, o ministro sempre foi muito alvo de críticas. Durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), teria ficado por um fio de abandonar a pasta, mesmo com sua atuação e acompanhamento constante dos trabalhos do colegiado, comandantes e membros do governo, especialmente na bancada petista do Senado, que queria que o ministro tivesse feito ainda mais e até mesmo feito intervenções mais incisivas.
Múcio definitivamente não deve concluir o primeiro semestre do próximo ano na chefia da pasta. Quaisquer nomes de supostos substitutos que possam surgir na imprensa fazem parte da plantação de nomes para os diversos espaços que devem se abrir na reforma tributária do próprio ano, nenhum deles combinado com Lula.
Dado o histórico do presidente Lula com as forças armadas, dificilmente o próximo chefe da pasta irá numa linha diferente de Múcio ou até mesmo do que defende o senador Jaques Wagner (PT), um dos apoiadores do futuro ex-ministro.
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