BC faz novo corte na taxa de juros!

Em uma decisão unânime, o Comitê de Política Monetária do Banco Central promove a quarta redução consecutiva na Selic, alcançando o menor nível desde março de 2022.

No último encontro do ano, realizado em 13 de dezembro de 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu, de forma unânime, reduzir a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual. A taxa, que estava em 12,25%, agora está fixada em 11,75% ao ano. Esta redução marca a quarta consecutiva com a mesma intensidade, seguindo a estratégia de flexibilização dos juros adotada pelo colegiado desde agosto.

A decisão do Copom foi alinhada com as previsões dos economistas. Um levantamento da Bloomberg revelou que o corte de 0,5 ponto percentual era a expectativa unânime do mercado financeiro. Desde a última reunião do Copom, em novembro, observou-se uma redução dos riscos externos, contribuindo para um câmbio mais favorável, a continuidade do processo de desinflação e a confirmação da desaceleração da atividade econômica. Esses fatores apoiaram a decisão de um ciclo gradual de corte nos juros.

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), mostrou uma desaceleração no acumulado de 12 meses até novembro, atingindo 4,68%. Dentro do cenário de referência do Copom, a projeção de inflação para 2023 foi ajustada de 4,7% para 4,6%, situando-se dentro do teto da meta estabelecida em 4,75%. Para 2024, a estimativa foi reduzida de 3,6% para 3,5%, e para 2025, a previsão permaneceu em 3,2%.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil também apresentou uma dinâmica interessante no terceiro trimestre deste ano, com uma leve variação positiva de 0,1% em relação ao trimestre anterior, indicando uma economia ainda em movimento, apesar da desaceleração.

O Banco Central tem enfrentado pressões do governo para a redução dos juros. O ministro Fernando Haddad (Fazenda) mencionou na véspera do Copom que o Brasil tem espaço para cortes na Selic, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a necessidade de influenciar o presidente do BC, Roberto Campos Neto, a promover uma redução nos juros para estimular o crédito.

Em relação à política fiscal, o Copom reiterou a mensagem sobre a importância de atingir as metas fiscais já estabelecidas, enfatizando sua relevância na ancoragem das expectativas de inflação e na condução da política monetária. O comitê reafirmou a necessidade de uma firme perseguição dessas metas.

Considerando os efeitos defasados da política monetária sobre a economia, o Banco Central está atualmente focado nos objetivos fixados para 2024 e 2025. A partir do próximo ano, o Brasil adotará o modelo de alvo contínuo para a inflação, após mudanças no sistema de metas. Para 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu uma meta de inflação de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, indicando que o objetivo será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.

O encontro do Copom também marcou a despedida dos diretores Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos) e Mauricio Moura (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) da cúpula do BC, cujos mandatos terminam no final de dezembro.

Para as próximas reuniões do Copom, previstas para os dias 30 e 31 de janeiro de 2024, o comitê contará com uma nova formação. Paulo Picchetti, professor, e Rodrigo Alves Teixeira, servidor público, ambos indicados pelo governo Lula e aprovados pelo Senado Federal, se juntarão ao colegiado do BC. A partir de 2024, a autoridade monetária terá quatro diretores escolhidos por Lula entre os nove integrantes do Copom, incluindo Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Ailton Aquino (Fiscalização).

Essa mudança na composição do Copom e a recente decisão de redução da taxa Selic refletem um momento de ajuste na política monetária do Brasil, buscando equilibrar a necessidade de estimular a economia com a manutenção da estabilidade fiscal e o controle da inflação. Essas ações são cruciais para o cenário econômico do país, especialmente em um contexto global de incertezas e desafios econômicos.

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