Em entrevista à TV 247 nesta segunda-feira, 11, Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), manifestou “muita preocupação” diante da posse de Javier Milei como presidente da Argentina no último domingo, 10.
Milei, um líder ultradireitista, assumiu o cargo com a promessa de implementar medidas neoliberais impactantes na economia argentina, alertando para um cenário de aumento da inflação, crescimento da pobreza e restrição salarial nos próximos meses.
Mercadante recordou a promissora posição da Argentina no início do século XX, destacando seu “potencial gigantesco”. Contudo, ele argumentou que “equívocos históricos na gestão e na política econômica” conduziram o país a uma “situação dramática”.
O presidente do BNDES expressou sua apreensão diante da chegada de Milei à Casa Rosada, considerando que representará uma aceleração ainda maior na decadência argentina.
Ele comparou a situação a “vender a casa para pagar o almoço” e citou uma metáfora de Bill Clinton: “quando o homem público cai no buraco, a primeira coisa que ele tem que fazer é largar a pá. E ali [na Argentina] parece que estão trocando a pá pela retroescavadeira.”
Mercadante argumentou que a redução drástica do número de ministérios no país dificultará a implementação de políticas públicas eficazes, caracterizando-o como um retrocesso institucional.
“Vejo com muita preocupação. Acho que a inflação vai subir rapidamente, pelo choque que estão dando. Depois, com a venda das estatais, você vai vender a casa para pagar o almoço. Tudo bem, você faz um bom almoço, mas quero saber para frente, o que vai sobrar da Argentina. Vejo com muita preocupação. Acho que é um tema muito preocupante em relação ao futuro”, concluiu Mercadante.