South China Morning Post – O chefe do negócio de consumo da Huawei Technologies, Richard Yu Chengdong, declarou que a empresa lançará produtos “disruptivos” no próximo ano, capazes de “reescrever a história da indústria”. Esses comentários vieram meses após a gigante chinesa de telecomunicações, sancionada pelos EUA, surpreender o mundo com o lançamento da série de smartphones Mate 60, compatíveis com 5G.
Segundo o veículo de mídia chinês Securities Times, Richard Yu, CEO do grupo de negócios de consumo da Huawei e presidente da unidade de negócios de soluções automotivas inteligentes da empresa, afirmou em um evento anual para fãs da empresa que esses produtos serão “líderes, inovadores e disruptivos”. Ele não detalhou a natureza desses produtos, e a Huawei não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Durante o evento, Yu também anunciou que a Huawei lançará aplicativos nativos e produtos baseados em sua plataforma móvel desenvolvida internamente, HarmonyOS, no próximo ano. Isso posicionaria a empresa como um dos principais operadores de sistemas operacionais na China.
A audaciosa afirmação de Yu veio após o lançamento da série de smartphones Mate 60, equipada com o avançado processador chinês Kirin 9000s, marcando o retorno da Huawei ao mercado de smartphones 5G após as sanções comerciais dos EUA impedirem a empresa de acessar tecnologia americana.
Este feito inspirou um surto de fervor patriótico entre os consumidores chineses. Oito semanas após o lançamento da série Mate 60 no final de agosto, foram vendidas 2,4 milhões de unidades, de acordo com dados da firma de pesquisa Counterpoint. Uma estimativa separada da Canalys apontou que até 7 de novembro foram enviadas 2,5 milhões de unidades da série Mate 60, com o premium Mate 60 Pro representando mais de 60% do volume.
Enquanto isso, a Huawei está expandindo ativamente a adoção de sua plataforma HarmonyOS, atraindo mais desenvolvedores para seu ecossistema móvel. A próxima iteração do HarmonyOS não suportará mais aplicativos baseados em Android, como parte da estratégia da empresa estabelecida pelo fundador e CEO Ren Zhengfei para contrabalançar o impacto das sanções dos EUA.
A afiliada de fintech do Alibaba Group Holding, Ant Group, está desenvolvendo uma versão do HarmonyOS de seu aplicativo de pagamento móvel Alipay, enquanto a unidade da China do McDonald’s – que opera mais de 5.500 restaurantes atendendo mais de 1 bilhão de clientes no continente, em Macau e Hong Kong – recentemente se tornou uma das primeiras empresas multinacionais de alimentos no país a aderir à plataforma da Huawei.
Além disso, a Alibaba, proprietária do South China Morning Post, também está desenvolvendo uma nova versão de seu aplicativo de colaboração no local de trabalho, DingTalk, compatível com o HarmonyOS.
Espera-se que a Huawei lance uma versão de pré-visualização para desenvolvedores do HarmonyOS Next no primeiro trimestre de 2024.