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Datafolha: satisfação de morar no Brasil aumenta no primeiro ano do governo Lula

De acordo com o levantamento realizado pelo Datafolha, e divulgado pela Folha de S. Paulo, a aprovação dos residentes no Brasil em relação à sua moradia no país aumentou de 59% para 74% em um período de um ano. Paralelamente, o índice de orgulho em ser brasileiro também registrou um crescimento, passando de 77% para […]

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Foto: Agência Brasil

De acordo com o levantamento realizado pelo Datafolha, e divulgado pela Folha de S. Paulo, a aprovação dos residentes no Brasil em relação à sua moradia no país aumentou de 59% para 74% em um período de um ano. Paralelamente, o índice de orgulho em ser brasileiro também registrou um crescimento, passando de 77% para 83%.

Ambos os índices estão se aproximando do ponto mais alto registrado na série histórica, que teve início no ano 2000, de acordo com o levantamento realizado pelo instituto. Esta pesquisa, conduzida na terça-feira (5), entrevistou 2.004 eleitores em 135 cidades do país, com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Conforme indicado pelo Datafolha, 8% dos entrevistados consideram o Brasil um lugar inadequado para viver, mantendo-se estável em comparação com a pesquisa realizada em dezembro de 2022, que apontava 9%. Por outro lado, aqueles que veem morar no país como uma experiência regular diminuíram de 33%, um recorde na série histórica, para 18%.

Nas 30 pesquisas anteriores que incluíram essa pergunta, a média de satisfação foi de 65%, enquanto a avaliação regular representava uma média de 24%, e a insatisfação ficava em 11%.

Gráfico: Folha

O ponto mais alto do sentimento favorável ocorreu em julho de 2005, durante o mandato do então presidente Lula (PT), que liderava um período de prosperidade econômica devido ao boom das commodities impulsionado pelo crescimento da China. Nem mesmo o escândalo do mensalão, que veio à tona naquela época, impactou significativamente seus resultados.

O período de menor satisfação ocorreu em abril de 2018, durante o contexto generalizado de descontentamento com a política, intensificado pela Operação Lava Jato. Esse descontentamento se refletiu na eleição de um candidato que se apresentava como um outsider, embora pertencesse às margens da classe parlamentar: Jair Bolsonaro, na época filiado ao PSL e atualmente ao PL. Naquele momento, apenas 48% dos entrevistados afirmavam sentir-se felizes por viver no Brasil.

Joédson Alves/Agência Brasil

A relação com o desempenho do governo não é automática; a satisfação está vinculada a diversos fatores, incluindo o estado da economia. Atualmente, o Brasil atravessa o período de menor índice de desemprego, registrando 7,6% no trimestre encerrado em setembro, o menor desde 2014.

A aprovação do governo Lula permaneceu constante ao longo do ano, atingindo 38% nesta pesquisa. No cenário político, após a intensa turbulência decorrente dos eventos golpistas de 8 de janeiro, observou-se uma notável diminuição das tensões, embora essa dinâmica seja mais difícil de ser percebida pela população em geral.

Trata-se de uma taxa de aprovação considerada mediana, especialmente quando comparada, por exemplo, aos 59% que Dilma Rousseff (PT) possuía nesta mesma fase de seu primeiro mandato. Esses números, no entanto, oferecem poucas indicações sobre o futuro político dos líderes, como ilustrado pelo impeachment da presidente. Ainda assim, é notável que a satisfação alcance 81% entre aqueles que aprovam o governo Lula, enquanto cai para 71% entre os que o desaprovam.

O sentimento de orgulho em ser brasileiro encontra-se em ascensão, indo de 77% para 83% em um ano, aproximando-se dos 89% registrados em novembro de 2010. Por outro lado, a prevalência do sentimento de vergonha de ser brasileiro diminuiu de 21% para 16% no mesmo período.

Gráfico: Folha

O ponto em que a correlação entre orgulho e vergonha de ser brasileiro quase se inverteu ao longo desses 23 anos foi em junho de 2017, durante a crise no governo de Michel Temer (MDB), que nunca gozou de grande popularidade. Nessa ocasião, ocorreu um empate inédito, com 50% dos entrevistados afirmando sentir mais orgulho do que vergonha de ser brasileiro, enquanto 47% manifestaram o sentimento oposto.

Considerando a média das 32 pesquisas em que a questão foi abordada, 76% dos entrevistados afirmaram sentir mais orgulho de sua condição de brasileiro, enquanto 22% expressaram sentir mais vergonha.

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Rhyan de Meira

Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira

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