ONU se reúne para falar sobre o conflito entre Venezuela e Guiana

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O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) convoca uma reunião extraordinária nesta sexta-feira, 8, às 17h (horário de Brasília), para abordar a controversa iniciativa da Venezuela em relação ao território de Essequibo, atualmente sob a jurisdição da Guiana.

Esta assembleia, de caráter reservado, restringe-se aos membros do Conselho de Segurança, sem transmissão pública ou acesso externo.

No último domingo, a Venezuela realizou um referendo para estabelecer a soberania sobre Essequibo, contando com a participação de metade dos eleitores. Surpreendentemente, 95% dos votantes optaram pela incorporação da região ao território venezuelano.

Em resposta, o presidente Nicolás Maduro encaminhou um projeto de lei à Assembleia Nacional para concretizar esse plano. Por sua vez, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, anunciou a intenção de recorrer ao Conselho de Segurança da ONU para contestar essa medida.

Na última quinta-feira (7), os Estados Unidos anunciaram exercícios militares aéreos em colaboração com a Guiana, uma ação prontamente criticada pela Venezuela. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, denunciou a iniciativa como uma provocação infeliz, declarando que “essa provocação dos EUA em prol da ExxonMobil na Guiana é um passo equivocado. Advertimos que não nos desviaremos de nossas futuras ações para reaver Essequibo.”

Padrino López mencionou a ExxonMobil devido à extração de petróleo que a empresa realiza em um campo na Guiana. Embora especialistas considerem um confronto direto improvável, isso colocaria duas nações com capacidades militares drasticamente distintas em rota de colisão.

A Venezuela possui um poderio militar cerca de 50 vezes superior ao da Guiana e ostenta um dos exércitos mais bem equipados do continente. Enquanto a Venezuela é o sexto país que mais investe em sua defesa militar no mundo, a Guiana está classificada apenas na 152ª posição, segundo o The World Factbook da CIA, a agência de inteligência dos EUA. A discrepância reside no número de efetivos militares e na disponibilidade de equipamentos.

Apesar de o Brasil considerar um conflito improvável, suas Forças Armadas já elaboraram um plano de contingência para essa possibilidade, aumentando o alerta na região, conforme relato de uma fonte da Casa Civil do governo Lula ao g1. A presença militar brasileira nas fronteiras com a Venezuela e a Guiana foi reforçada, inclusive com a mobilização de veículos blindados.

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