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Justiça Militar condena coronel boca-suja

Os milicos metidos nas tramas golpistas seguem sendo tratados com muita discrição e amabilidade. Na semana passada, a Justiça Militar condenou o coronel da reserva Adriano Camargo Testoni a apenas um mês e 18 dias de detenção por postagens ofensivas a seus superiores hierárquicos em grupos de mensagens no 8 de janeiro, data da fatídica […]

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Os milicos metidos nas tramas golpistas seguem sendo tratados com muita discrição e amabilidade. Na semana passada, a Justiça Militar condenou o coronel da reserva Adriano Camargo Testoni a apenas um mês e 18 dias de detenção por postagens ofensivas a seus superiores hierárquicos em grupos de mensagens no 8 de janeiro, data da fatídica tentativa de golpe com invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. Prova da bondade extrema na corporação, a pena ainda deverá ser cumprida em regime aberto. Já a mídia abafou o caso!

O coronel participou ativamente dos atos de vandalismo em Brasília. Segundo a denúncia, ele ainda “registrou dois vídeos em que ultrajava militares superiores hierárquicos e os compartilhou em dois grupos de aplicativo de mensagens instantâneas (WhatsApp) dos quais os ofendidos figuravam como integrantes”. Por seus crimes, Adriano Testoni foi enquadrado no artigo 216 do Código Penal Militar, que penaliza quem “injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro”. Ainda cabe recurso ao Superior Tribunal Militar (STM).

“Esse nosso Exército é uma merda”

O conteúdo das mensagens do militar boca-suja consta nos autos do processo. Em uma delas, ele esbraveja: “Forças Armadas, filha da puta! Bando de generais, filha da puta! Ridauto, seu filha da puta! Vão tudo tomar no cu, vanguardeiros de merda, covardes! Olha o que está acontecendo com a gente. Generais, filha da puta. Freire Gomes, filha da puta! Alto Comando do caralho! Bando de filha da puta! Olha aqui o povo, a minha esposa! Vanguardeiros, filha da puta! Exército é o caralho, esse nosso Exército é um merda!”.

Em outro, ele prossegue no mesmo alto nível: “Vão tudo tomar no cu, filha da puta, um bando de filha da puta! Exército, filha da puta! Que vergonha! Que vergonha de vocês militares, companheiros de turma, vão tudo tomar no cu! Pontual, Pinto Sampaio, vão tomar no cu! Tá o povo se fodendo aqui, caralho, bando de filha da puta! Bando de filha da puta, vanguardeiros é o caralho, vanguardeiro do cu! Filha da puta!”.

As menções carinhosas são aos generais Ridauto Lúcio Fernandes, Marco Antônio Freire Gomes, Carlos Duarte Pontual de Lemos e Cristiano Pinto Sampaio, participantes dos grupos de mensagens no WhatsApp. Eles eram compostos por militares que foram colegas de turma da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) formada em 1987, parte deles da ativa e outros na reserva.

“Perda de controle emocional”

Segundo nota da Folha, “os oficiais generais ofendidos foram ouvidos no âmbito da apuração, mas afirmaram não saber externar a motivação das ofensas. Ao ser questionado, Adriano Testoni confessou o ato, atribuindo tal conduta à Polícia Militar do DF contra os manifestantes – o militar estava acompanhado da esposa. O réu alegou, de acordo com o processo, que sua revolta surgiu devido à percepção de que o Exército devia proteger os manifestantes pois, na sua visão, as forças de segurança pública estavam agindo de forma contrária”.

“Embora o contexto possa ser considerado como uma explicação para seu comportamento, isso não justifica as injúrias proferidas, muito menos em relação aos ofendidos que, naquela data específica, não possuíam qualquer ingerência sobre as forças repressivas que atuavam durante as manifestações do 08 de Janeiro”, concluiu o Conselho da Justiça Militar que julgou o caso. O colegiado ainda criticou “a perda de controle emocional do acusado, naquelas circunstâncias, se distancia em muito do que era esperado de um oficial superior, pertencente à Arma de Combate (Infantaria) do Exército Brasileiro”.

Na data dos atentados terroristas em Brasília, Adriano Testoni ocupava o posto de prestador de tarefa junto ao Hospital das Forças Armadas (HFA) na capital federal – um tipo de contratação usado pelo Exército, Marinha e Aeronáutica para empregar militares da reserva ou reformados para funções temporárias e específicas. Ele foi exonerado da função e expulso do Exército, mas ainda recebe R$ 25 mil brutos como aposentadoria. Haja amabilidades e cumplicidade entre os milicos golpistas!

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Comentários

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Fábio

08/12/2023 - 09h19

Infelizmente no Brasil, passar em concurso público nas áreas de Justiça, Segurança e Saúde é aquisição de licença pra cometimento de crimes.


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