Como filho feio não tem dono, a PEC 55/2023 segue perambulando por aí sem que haja consenso sobre quem será seu relator. Depois de o nome do senador Jaques Wagner (PT) ter sido cotado, agora surge um novo nome como relator da enfadonha proposta: Renan Calheiros (MDB).
O texto visa estabelecer programação orçamentária mínima para o Ministério da Defesa, chegando a 2% do PIB brasileiro para os nossos militares. Uma verdadeira fogueira de dinheiro público que poderia ser melhor investido.
Fontes próximas ao senador afirmam que ninguém ainda conversou com eles sobre a relatoria da proposta. No entanto, eles comemoram o fato de que o senador seja reconhecido como “menos governista” (um requisito para a escolha do relator da PEC).
Na avaliação dessas fontes, Jaques teria se “acovardado” diante dos problemas recentes envolvendo o “voto pessoal”, indo contra a orientação do próprio partido na PEC que limitava ações do STF. Outro ponto que essas fontes reforçam, e que já revelamos aqui na coluna, é que Jaques Wagner, segundo senadores e outras fontes no Congresso Nacional, estaria atuando para dificultar a instalação da CPI da Braskem. E isso também teria pego mal para a imagem do senador baiano.
Ainda há quem afirme que o boato de que Renan Calheiros poderia ser o relator da PEC do Viagra seria uma estratégia para tirar o foco do senador que, nas últimas semanas, tem se dedicado única e exclusivamente a conseguir fazer com que a CPI da Braskem saia do papel e apure o descalabro em Maceió (AL).
As chances de que Renan Calheiros aceite a relatoria da PEC são remotas. Nas palavras de uma fonte: “as prioridades 0, 1, 2 e 3 do senador se chamam: CPI da Braskem”.