O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), optou por não comparecer à cerimônia de posse do líder ultradireitista Javier Milei, do partido La Libertad Avanza, agendada para o próximo domingo em Buenos Aires, capital da Argentina.
Em vez disso, o chefe de Estado brasileiro designou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, para representá-lo. A decisão foi divulgada por Igor Gadelha em sua coluna no Metrópoles nesta segunda-feira.
Segundo colaboradores próximos, Lula ponderou que não seria propício para ele participar do evento, especialmente após ser alvo de insultos proferidos por Milei durante a campanha eleitoral. Durante esse período, o argentino qualificou Lula como “ladrão” e “corrupto”, afirmando que não o encontraria caso fosse eleito.
Após a vitória nas eleições, o líder ultradireitista enviou uma carta convidando o ex-presidente brasileiro para a posse, mencionando a necessidade de “construção de laços” entre os dois líderes. No entanto, Lula recebeu a recomendação de evitar a presença na posse.
O próximo presidente argentino adota uma postura favorável a uma agenda de privatizações. Em 20 de novembro, ele anunciou a intenção de iniciar o processo de privatização das empresas estatais argentinas Enarsa (Energía Argentina Sociedad Anónima) e YPF (Yacimientos Petrolíferos Fiscales), bem como de todas as entidades de comunicação públicas no país, incluindo TV Pública, Radio Nacional e Télam.
Além disso, o político de extrema-direita defende a chamada “dolarização” da economia argentina. Milei conquistou a vitória com 55% dos votos, derrotando o ministro da Economia, Sergio Massa, ex-candidato peronista, que obteve 44% dos votos.