Lula diz que não desistirá do acordo entre Mercosul e União Europeia

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Agência Brasil – Nesta segunda-feira (4), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que não abandonará o pacto comercial entre o Mercosul e a União Europeia, aprovado em 2019 após mais de duas décadas de negociações. O acordo tem enfrentado oposição de alguns países, como a França, que resistem à sua implementação.

A próxima Cúpula do Mercosul acontecerá na quinta-feira (7) no Rio de Janeiro, sob a presidência do Brasil. Este momento é crucial, visto que em 10 de dezembro, Javier Milei assumirá a presidência da Argentina. Durante sua campanha, Milei expressou sua oposição ao acordo e defendeu a retirada de seu país do Mercosul, o que complicaria a conclusão das negociações com a União Europeia.

Atualmente, Lula encontra-se em Berlim, onde conversou com a imprensa ao lado do primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz.

“Reiterei ao chanceler a expectativa [de] que a União Europeia decida se tem, ou não, interesse na conclusão de um acordo equilibrado. No contexto de fragmentação política, a aproximação de nossas regiões é central para construção de um mundo multipolar e o fortalecimento do multilateralismo”, disse. 

No domingo (3), Lula declarou que, caso o acordo comercial não se concretize, a responsabilidade não será por falta de interesse por parte dos sul-americanos, mas sim devido ao protecionismo praticado pelos europeus. Na semana passada, durante a Conferência do Clima em Dubai, nos Emirados Árabes, Lula se reuniu com o presidente da França, Emmanuel Macron, buscando impulsionar as negociações.

“Enquanto eu puder acreditar que é possível fazer esse acordo, vou lutar para fazer, porque depois de 23 anos, se não se concluir o acordo, penso que estamos sendo irrazoáveis com as necessidades que temos de avançar nos acordos comercias, políticos e econômicos”, disse Lula. “Não vou desistir enquanto não conversar com todos os presidentes e ouvir o ‘não’ de todos. Aí vamos partir para outra”, acrescentou. 

A Alemanha expressa seu apoio à concretização do acordo. O chanceler Olaf Scholz afirmou estar fazendo “esforços adicionais” para a conclusão bem-sucedida do tratado. Para que o acordo entre em vigor, é necessário que seja aprovado tanto pelo Conselho Europeu quanto pelo Parlamento Europeu, além de receber ratificação dos parlamentos de todos os países pertencentes ao Mercosul e à União Europeia. “Peço a todos os envolvidos que façam prova de pragmatismo e que estejam dispostos a celebrar soluções de compromisso”, completou. 

O acordo abrange questões tanto tarifárias quanto de natureza regulatória, incluindo serviços, compras públicas, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias, além de propriedade intelectual.

Rhyan de Meira: Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira
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