Ainda em setembro, o senador Renan Calheiros (MDB) conseguiu o número mínimo de assinaturas necessárias para a criação da CPI da Braskem. Atualmente, a comissão conta até mesmo com o apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), porém ainda não conseguiu sair do papel.
Diante do desastre ambiental causado pela empresa em Maceió, a CPI voltou ao noticiário, mesmo sem ser instalada, e hoje disputa a apertada agenda do Senado.
Além das dificuldades de agenda e disponibilidade dos senadores, segundo fontes próximas ao senador, há outra dificuldade: o senador Jaques Wagner (PT).
Segundo essas fontes, o senador não só articulou para que a bancada petista (apenas o senador Paulo Paim assinou, por ser amigo pessoal de Renan Calheiros) não assinasse o requerimento de instalação da CPI, como atualmente cria dificuldades para que as bancadas indiquem membros para a comissão.
“Mais do que ser contra, ele boicota”, afirmou a fonte ouvida pela coluna.
Além disso, há acusações de que o PP, partido de Ciro Nogueira e Arthur Lira, também estaria atuando contra a instalação da CPI.
Segundo uma fonte na bancada petista do Senado, “ele [Jaques Wagner] vai na máxima de que se sabe como começa [uma CPI], mas não se sabe como termina. Braskem e Petrobrás, ninguém sabe onde pode parar”.
Essa mesma fonte afirma que Jaques “tem um ritmo bem próprio” e que o senador “não tem a mesma dinâmica da bancada, trabalha em outra frequência”. Porém, reforça que ele tem apresentado resultados importantes, como a aprovação e avanço de pautas na área econômica e de interesse do governo.
Procurada, a assessoria do senador se resumiu a dizer que Jaques ainda não se posicionou publicamente sobre a CPI.
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