Conselheiros próximos ao Palácio do Planalto aconselham que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adote uma postura cautelosa e evite comparecer à posse do novo presidente da Argentina, o ultradireitista Javier Milei, marcada para o dia 10 de dezembro.
Apesar de desentendimentos anteriores, nos quais Milei rotulou Lula como corrupto e descartou a possibilidade de qualquer encontro em caso de sua vitória, o argentino recuou após as eleições, convidando formalmente Lula para a cerimônia.
De acordo com informações da coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha, alguns interlocutores de Lula expressam a necessidade de aguardar mais tempo para avaliar a confiabilidade de Milei.
Eles demonstram preocupação com a possibilidade de Lula enfrentar hostilidades, como xingamentos e vaias por parte dos apoiadores de Milei durante a posse. Diante disso, defendem que o presidente brasileiro aguarde por uma oportunidade mais propícia para um encontro com o argentino, em um ambiente mais controlado.
Segundo a reportagem, nos bastidores do Itamaraty, há a crença de que a participação de Lula na posse poderia ser viável mediante algumas garantias por parte do grupo de Milei. Isso incluiria a realização de um encontro bilateral entre os dois líderes, com registro fotográfico, além da segurança de que Lula não seria alvo de insultos ou vaias durante o evento.