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China assume a liderança em vendas de veículos na América Latina, superando o Brasil

Até dez anos atrás, a indústria automotiva no Brasil conseguia manter suas operações principalmente através do mercado interno, sem a necessidade de empreender esforços significativos em exportações. A demanda nos países vizinhos complementava de maneira garantida. No entanto, ao longo do tempo, o mercado doméstico diminuiu, tornando-se inadequado para utilizar plenamente a capacidade instalada. Além […]

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Foto: Agência Brasil

Até dez anos atrás, a indústria automotiva no Brasil conseguia manter suas operações principalmente através do mercado interno, sem a necessidade de empreender esforços significativos em exportações. A demanda nos países vizinhos complementava de maneira garantida. No entanto, ao longo do tempo, o mercado doméstico diminuiu, tornando-se inadequado para utilizar plenamente a capacidade instalada. Além disso, o Brasil perdeu sua posição de liderança no mercado externo dos países vizinhos. A partir do ano passado, a China superou o Brasil, tornando-se a principal exportadora de veículos para a América Latina. Com informações do Valor.

Gráficos: Valor

Ao longo de uma década, a fatia da China nas importações de veículos na região aumentou de 4,6% para 21,2%. Paralelamente, a participação do Brasil diminuiu de 22,5% para 19,4%. Estes números, provenientes da Penta-transaction e Comtrade (Nações Unidas), são referentes ao ano de 2022. Considerando as contínuas quedas nas exportações brasileiras nos últimos meses, é improvável que haja uma reversão dessa tendência no decorrer deste ano.

Há aproximadamente um mês, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revisou para baixo sua projeção de declínio nas vendas externas para 2023. Agora, a expectativa é de um embarque de 420 mil veículos ao longo deste ano, abrangendo automóveis, caminhões e ônibus.

Esse volume representa uma diminuição de 12,7% em comparação com 2022 e, com exceção das quedas mais acentuadas nos dois anos de pico da pandemia, retorna aos níveis de exportação observados em 2015. Além disso, equivale a 58% do ponto mais alto das vendas externas de veículos em 2005, quando 724,1 mil unidades foram enviadas para o exterior.

Os dados da Penta-transaction, um sistema de consulta de estatísticas de comércio exterior, indicam que a participação dos Estados Unidos e Canadá, com 17,9%, ficou bastante próxima da participação do Brasil no volume de veículos importados por Argentina, Chile, Colômbia, México, Paraguai, Peru e Uruguai. No entanto, esses dois países também perderam terreno para os chineses. Da mesma forma, Japão e Coreia, apesar de serem países geograficamente distantes, registraram uma fatia significativa de 12,8%.

A liderança da Anfavea está atenta a esses dados e manifesta sua preocupação. O cenário argentino, em particular, demanda uma análise mais detalhada. Historicamente, a Argentina foi o principal destino das exportações de veículos fabricados no Brasil. Contudo, em julho, o México assumiu a posição de liderança nesse aspecto.

Além da escassez de reservas, neste ano a Argentina implementou um imposto de 7,5% sobre produtos importados, que não excluiu veículos do Mercosul, violando assim o acordo bilateral automotivo estabelecido com o Brasil.

Na Argentina, somente os carros fabricados localmente foram abrangidos por um programa de controle de preços, conforme destacado pelo consultor Cassio Pagliarini, da Bright Consulting, uma empresa especializada em estudos do setor. Essa medida, aliada à escassez de dólares, resultou na redução das vendas de produtos brasileiros, substituindo assim as importações.

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Rhyan de Meira

Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira

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