O Brasil está considerando a possibilidade de integrar o grupo de produtores de petróleo Opep+ com uma abordagem centrada na cooperação e na observação das decisões, sem aderir ao sistema de cotas de produção, de acordo com Jean Paul Prates, presidente-executivo da Petrobrás, em declarações à Reuters.
“Eles chamam outros países que não têm direito a voto e não são impostas cotas a esses países. Jamais participaríamos de uma entidade que estabelecesse cota para o Brasil, ainda mais com o apoio da Petrobrás que é uma empresa aberta no mercado e não pode ter cota”, disse o líder da estatal.
Prates enfatizou a relutância do Brasil em aceitar cotas, destacando a natureza aberta da Petrobrás no mercado, tornando inviável a imposição de limites à produção. Ele esclareceu que o Brasil estaria mais inclinado a desempenhar um papel de observador na Opep+, sem a restrição de cotas. O anúncio potencial da entrada do Brasil na Opep+ foi feito durante uma reunião do grupo, com a participação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Silveira indicou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou a intenção de cooperação do Brasil com o grupo de países produtores de petróleo a partir de janeiro de 2024, e uma equipe técnica do governo está avaliando o convite recebido. Prates acrescentou que o Brasil avaliará as regras de operação da plataforma e tomará uma decisão em junho do próximo ano.
O presidente da Petrobrás destacou que o Brasil poderá se tornar um membro observador nas reuniões da Opep+, sem comprometer-se com cotas de produção. Essa posição é reforçada por informações prévias de fontes, que indicaram que o Brasil não pretende participar do sistema de cotas da Opep+, uma vez que isso poderia impactar negativamente nos esforços da Petrobras para aumentar a extração de petróleo no país e ampliar as exportações.
“Em junho, vai ter outra reunião onde aí certamente, em Viena, o Brasil vai levar e dizer ‘olha, eu topo participar, estou dentro’. E aí passar a participar das reuniões como uma espécie de membro observador”, explicou Prates. Atualmente, o Brasil é o maior produtor de petróleo na América do Sul, alcançando uma produção significativa de 4,66 milhões de barris de óleo equivalente por dia em setembro.