O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou críticas contundentes a Benjamin Netanyahu, rotulando-o como líder de “extrema direita” em uma entrevista à Al Jazeera.
“Ao Netanyahu não digo nada. Ele é efetivamente um líder extremista, de extrema direita, sem sensibilidade com os problemas humanos dos palestinos. Ele pensa que os palestinos não significam nada. Ele precisa aprender que os palestinos precisam ser respeitados, suas terras demarcadas”, disparou o chefe de estado brasileiro.
Lula também cobrou do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, uma postura mais firme em relação aos ataques de Israel na Faixa de Gaza e classificou a situação como um “genocídio”.
“Não consigo entender como o Biden, o presidente do país mais importante do mundo, não cobrasse de Israel o fim da guerra. Eles influenciam muito Israel e poderiam ter parado a guerra”, afirma Lula.
“Está faltando sanidade e autoridade da parte dos membros permanentes do Conselho de Segurança. Ninguém respeita mais o Conselho. Os membros decidem ir para guerra sem consultar ninguém, e os países podem vetar. Falta governança no mundo. Precisamos de um órgão que possa tomar decisões. Essa guerra é reflexo da insanidade, um grupo comete um ato terrorista e o Estado que faz algo ainda mais sério que o ato terrorista, há mais de 16 mil mortos, 6.500 crianças, 35.000 feridos. Hospitais destruídos. Se a ONU tivesse força, teríamos a solução de dois Estados. Mas desde 1947 não há paz”, lembra.
Ele destacou a falta de ação efetiva por parte dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e defendeu a necessidade de um órgão com autoridade para tomar decisões.
Lula apelou por negociações diretas entre Israel e os palestinos, visando a implementação da resolução de 1947 para alcançar uma solução de dois Estados.