Não é segredo para ninguém que a gestão atual da Polícia Federal (PF) tem suas desconfianças com a Agência Brasileira de Inteligência Brasileira (ABIN) por conta dos desmandos e da aparelhagem da instituição no governo anterior.
Desde o uso indevido de programas de espionagem até uma investigação clandestina contra o deputado André Janones (AVANTE), não faltam episódios que justifiquem as cismas dos federais com a ABIN.
Acontece que, embora o time escalado para comandar a ABIN já tenha ido embora, a gestão atual também não goza de plena confiança dos agentes federais, principalmente por conta do diretor-geral da agência, o delegado da PF aposentado, Luiz Fernando Corrêa, que nomeou não apenas agentes da gestão anterior para cargos importantes, como também um agente envolvido em denúncias de arapongagem, fato que deixou um importante aliado do governo extremamente incomodado.
Inclusive, na ocasião, as nomeações feitas pelo atual diretor-geral da ABIN chegaram a repercutir dentro da Polícia Federal de maneira negativa, porém a situação ainda não se conflagrou em um conflito aberto como fizeram os militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que, sempre que Lula sai de Brasília, seu chefe, o general Amaro, se empenha em dar uma sequência de entrevistas, todas elas com o objetivo de provocar ou tentar desautorizar a PF.
Por enquanto, as desconfianças são pontuais e isoladas, não é por menos que integrantes da PF evitam ao máximo fazerem comentários, mesmo que em off (sob anonimato), sobre questões envolvendo a ABIN. Mesmo que provocados.
Os rumos dessa cisma vão depender de como ficará a perseguição do GSI e dos militares contra a PF.