O governo brasileiro anunciou que o Fundo Soberano Saudita está planejando realizar um investimento expressivo de US$ 10 bilhões no Brasil. O pronunciamento ocorreu durante uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, na capital Riad.
Este encontro histórico marcou o primeiro compromisso internacional do presidente brasileiro na região do Oriente Médio. A agenda central da reunião foi fortalecer as relações bilaterais entre Brasil e Arábia Saudita, com ênfase em identificar oportunidades de investimento para empresas brasileiras no país árabe.
Segundo as análises do governo brasileiro, o Fundo Soberano Saudita planeja alocar US$ 10 bilhões no Brasil, sendo que a expectativa é que aproximadamente US$ 9 bilhões sejam investidos ao longo dos próximos sete anos. Esses investimentos abrangem uma ampla gama de setores, desde energia limpa e hidrogênio verde até áreas estratégicas como defesa, ciência, tecnologia, agropecuária e infraestrutura associada ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Mohammed bin Salman ressaltou a proeminência internacional do Brasil e enfatizou a relevância econômica que ambos os países têm em suas respectivas regiões. O príncipe saudita também reconheceu a importância estratégica da presidência brasileira no G-20 e expressou o desejo da Arábia Saudita de desempenhar um papel ativo no banco do BRICS.
Além do investimento substancial, os líderes projetaram um aumento significativo nas relações comerciais, que já acumulam cinco décadas de parceria. As transações comerciais entre Brasil e Arábia Saudita atingem atualmente US$ 8 bilhões, com a expectativa de que esse valor alcance os US$ 20 bilhões até 2030.
A reunião também abordou a transição energética e as medidas para enfrentar a crise climática. Lula anunciou que o Brasil apresentará avanços no controle do desmatamento e iniciativas para preservação das florestas tropicais durante a COP-28, em Dubai.
A Arábia Saudita, por sua vez, tem metas ambiciosas de sustentabilidade, visando a produção de 90 GW de energia limpa até 2030, tanto em seu território quanto no exterior. O Brasil, com seu vasto potencial em energias renováveis, como o hidrogênio verde, pode se beneficiar desses planos.
O príncipe saudita expressou interesse em visitar o Brasil, especialmente a Amazônia, quando convidado por Lula. Ambas as partes manifestaram o interesse em estabelecer um Conselho bilateral em nível ministerial, com reuniões regulares, buscando aprofundar as relações econômicas e políticas entre os dois países.
O anúncio desse investimento significativo representa um marco nas relações entre Brasil e Arábia Saudita, abrindo portas para uma cooperação ainda mais estreita e promissora no futuro.