O representante do governo no Congresso está explorando a possibilidade de se filiar a dois partidos políticos.
Há meio ano sem vínculo partidário desde sua saída da Rede, Randolfe Rodrigues considerou a possibilidade de ingressar no MDB, mas atualmente essa opção parece improvável.
De acordo com o Blog do Lauro Jardim, o representante do governo no Congresso está atualmente explorando duas alternativas: o PT e o PSB. No entanto, nenhuma decisão será tomada neste ano.
Em maio, Randolfe Rodrigues rompeu com a Rede e declarou que conexão partidária atingiu limite
Em uma entrevista concedida ao programa “Em Ponto”, da GloboNews, o senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, afirmou que sua relação com a Rede, partido do qual anunciou sua desfiliação, havia atingido um ponto de esgotamento.
“A relação no âmbito da Rede já há algum tempo, eu já tinha trazido algumas reflexões, no âmbito da relação que nos tínhamos, de que a relação já tinha se esgotado”, declarou. “A relação não tinha mais razão de continuar, então ontem expus em carta aos dirigentes partidários o meu pedido de desfiliação”, afirmou Randolfe.
De acordo com Valdo Cruz, colunista do G1, a decisão de Randolfe Rodrigues de deixar a Rede ocorreu após um desentendimento com Marina Silva em relação a uma pesquisa de petróleo no Amapá.
Quando perguntado sobre seu relacionamento com Marina, ministra do meio ambiente, Rodrigues afirmou que os contrapontos não deveriam ser abordados no momento. “Eu e Marina Silva integramos o mesmo governo. Então, eu espero que nós continuemos a trabalhar juntos. A relação, no âmbito da Rede, eu externei as razões para desfiliação para o desligamento, no âmbito da carta que expus, né? Eu acho que eventuais divergências que temos, diferenças que temos, não me parecem adequadas ao debate agora”, afirmou.
O caso se deu pois o parlamentar expresso, nas redes sociais, críticas à decisão do Ibama em relação à pesquisa de petróleo na costa do Amapá. O instituto negou uma licença solicitada pela Petrobras para perfurar na bacia da Foz do Amazonas, localizada no litoral do estado. Como o Ibama está subordinado ao Ministério do Meio Ambiente, chefiado por Marina, Randolfe declarou que irá lutar contra essa medida.
Durante a entrevista à GloboNews, o senador enfatizou que não possui questionamentos em relação aos técnicos do Ibama e que a questão da pesquisa de possíveis reservas de petróleo no Amapá se trata do “direito de obter conhecimento”.
“Ele também mencionou que rotular a região de pesquisa como a foz do Rio Amazonas é uma informação equivocada. Segundo ele, o termo técnico utilizado pela Petrobras é inadequado. A área em questão está a uma distância de 560 km da verdadeira foz do Rio Amazonas. Randolfe comparou essa distância à distância entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte, para ilustrar a imprecisão do termo utilizado.
“Identificar essa região onde vai ter a pesquisa como a região da foz do Rio Amazonas é uma desinformação. Esse é o nome técnico, acho até um nome técnico inadequado dado pela Petrobras. Se trata de uma região a 560km da chamada foz do Rio Amazonas. Se isso é foz, então eu moro em Porto Alegre. É maior que a distância entre o Rio e Belo Horizonte”, afirmou o parlamentar.