Na próxima semana, o presidente Lula do Partido dos Trabalhadores (PT) participará de dois encontros cruciais para abordar a situação de conflito entre Israel e o Hamas. O político brasileiro se encontrará com o príncipe da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, e também com o Emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani. Com informações do Metrópoles.
Ao dialogar com ambos os líderes, Lula expressará sua preocupação em relação à intensificação do conflito em Israel e apelará por um papel mais proeminente nas negociações para alcançar um cessar-fogo. Neste momento, a Faixa de Gaza experimenta o terceiro dia de trégua, estabelecida após ambas as partes concordarem em realizar a troca de reféns.
O Catar desempenhou um papel ativo na consecução dessa pausa nas hostilidades. O país colaborou estreitamente com o Brasil nas negociações destinadas a assegurar a liberação de brasileiros, bem como de outros estrangeiros, da Faixa de Gaza por meio da fronteira com o Egito. Por conta desse alinhamento, o Brasil mantém a confiança de que pode contribuir para a prorrogação da trégua.
O Brasil propõe que o Catar e a Arábia Saudita assumam a liderança nas iniciativas para pôr fim ao conflito armado. Essa informação foi corroborada pelo secretário de África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, o embaixador Carlos Sérgio Sobral Duarte. O diplomata destacou que durante as reuniões, Lula abordará as “perspectivas de solução para a guerra”.
Alemanha
Agência Brasil – Embora a COP28 só termine no dia 12 de dezembro, Lula deve deixar os Emirados Árabes no dia 2 de dezembro. Do Oriente Médio, o presidente e parte de sua comitiva viajarão à Alemanha, onde Lula se reunirá com o presidente Frank-Walter Steinmeier, que compareceu à posse do petista em janeiro deste ano. Lula também se encontrará com o primeiro-ministro Olaf Scholz em ao menos duas ocasiões, incluindo um jantar oferecido por Scholz, em 3 de dezembro.
No dia 4, membros da delegação brasileira participarão da 2ª Reunião de Consultas Intergovernamentais de Alto Nível. “A Alemanha só possui este mecanismo com o Brasil, na América Latina, e com poucos países de outras regiões”, explicou a embaixadora Maria Luisa Escorel de Moraes, secretária para Europa e América do Norte do Itamaraty, lembrando que a primeira reunião ocorreu em 2015.
Terceira maior economia mundial, atrás dos Estados Unidos e da China, a Alemanha é um importante parceiro do Brasil, sobretudo nos campos tecnológicos e industrial. Mais de 1.000 empresas alemãs já atuam em território brasileiro e, segundo o Banco Central, o país germânico é a oitava maior fonte de investimentos no Brasil.
“Entre todos os países [europeus e norte-americano] da secretaria da qual eu me ocupo, a Alemanha foi, certamente, um dos com os quais nós mais avançamos no relacionamento bilateral ao longo deste ano”, sublinhou a embaixadora.
De acordo com Maria Luisa, a delegação brasileira viaja a Alemanha com a expectativa de assinar uma série de memorandos de entendimento, declarações conjuntas, cartas de intenções, planos de trabalho e acordos para trocas de informações que já vêm sendo discutidos há meses.
“É uma agenda ampla, relevante para ambos os países. As principais áreas [de interesse] são meio ambiente; mudança climática; desenvolvimento global; agricultura; bioeconomia; energia; saúde; ciência e tecnologia e inovação. Além disso, a Alemanha é um dos países que defendem [a assinatura do] acordo Mercosul-União Europeia”, destacou a embaixadora antes de manifestar a expectativa de que o acordo entre os dois blocos regionais seja assinado ainda este ano. “Estamos fazendo o possível para isso”.