No mesmo dia em que uma pesquisa indicou uma leve queda na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, foi convocado para uma reunião de emergência em Brasília.
Participaram do encontro, além do presidente, os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, Rui Costa, da Casa Civil, e Alexandre Silveira, de Minas e Energia. Houve consenso na avaliação de que Prates pode entregar resultados mais positivos para o governo Lula, e que a valorização das ações da empresa na B3 não deve ser o único critério de avaliação.
As principais críticas podem ser agrupadas em quatro pontos:
- Preço dos combustíveis: O governo acredita que há margem para redução dos preços da gasolina e do diesel, especialmente devido à queda no preço do barril do petróleo e na cotação do dólar. Os preços dos combustíveis têm um impacto direto na inflação, o que poderia contribuir para uma redução mais significativa das taxas de juros.
- Distribuição de dividendos: Existe a percepção de que a Petrobrás mantém uma política de dividendos excessivamente generosa em relação aos acionistas minoritários. Embora não tão extravagante como nos governos Temer e Bolsonaro, ainda é considerada superior ao necessário para remunerar os investidores da empresa.
- Plano de investimentos: Na visão do governo, o plano de investimentos da empresa para os próximos anos pode ser aprimorado, com um foco maior na área de petróleo e gás, e uma ênfase menor na energia eólica, onde Prates possui grande experiência.
- Conteúdo nacional: Para o presidente Lula, é uma questão de honra retomar grandes investimentos na indústria naval brasileira, que é uma grande empregadora. Tais investimentos dependem essencialmente de uma política de compras da Petrobras mais comprometida com o conteúdo nacional.
É importante esclarecer que as demandas não foram necessariamente um aviso de demissão, refutando as informações publicadas pelo jornal O Globo, que sugeriam que o ministro Rui Costa já teria escolhido um substituto para Prates. No entanto, o recado foi claro: o governo espera que Prates conduza a Petrobras de acordo com o plano de governo apresentado por Lula durante a campanha presidencial.
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