Em uma entrevista concedida ao jornalista Leonardo Attuch, editor do portal Brasil 247, o Diretor de Desenvolvimento Produtivo, Comércio Exterior e Inovação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), José Luis Gordon, revelou os planos da instituição de retomar o financiamento à exportação de serviços, enfatizando a importância dessa iniciativa para o desenvolvimento do Brasil. Gordon ressaltou que o BNDES não financia países, mas sim empresas brasileiras, direcionando recursos para promover a exportação de serviços de engenharia.
O Diretor do BNDES destacou que, embora a instituição tenha concentrado esforços na promoção da inovação para impulsionar a neoindustrialização no país, a agenda de exportação desempenha um papel crucial na economia brasileira.
Ele apontou que apenas 2% do mercado mundial está no Brasil, enquanto 98% estão além das fronteiras nacionais. Além disso, Gordon salientou que 0,88% das empresas brasileiras são responsáveis por 15% dos empregos no país.
Um sinal do compromisso renovado do BNDES com a exportação é o aumento significativo nos desembolsos nos últimos nove meses, incluindo o financiamento de 22 aeronaves para a Embraer, em comparação com apenas nove no ano anterior. Gordon expressou a intenção de atrair exportadores e indústrias de volta ao mercado, respondendo a uma demanda reprimida por crédito.
Gordon sublinhou a necessidade de melhorar a qualidade do superávit comercial brasileiro, enfatizando a importância de exportar mais caminhões, carros, aviões e máquinas. Ele também identificou o potencial do setor agroindustrial e da mineração como catalisadores para a industrialização do país.
Entre as estratégias para impulsionar a economia brasileira, o BNDES planeja retornar à exportação de serviços de engenharia. Gordon enfatizou que o banco concentra seus esforços em apoiar empresas brasileiras, não países, para garantir que os recursos contribuam para o benefício da economia nacional.
Ele abordou os desafios históricos, incluindo a falta de pagamento por parte de alguns países, como Cuba e Venezuela, e destacou a necessidade de adotar melhores práticas para reverter o impacto negativo da Lava Jato na participação global da engenharia brasileira.
O diretor do banco estatal ressaltou que há uma demanda considerável por projetos brasileiros na América Latina e na África, e o BNDES adota uma abordagem de não interferência na escolha de projetos ou empresas. Ele enfatizou que as tentativas de “abrir a caixa-preta” não revelaram irregularidades, indicando a transparência nas operações do banco.
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