Segundo o ICL, Parlamentares federais estão se mobilizando para estabelecer uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o propósito de examinar possíveis irregularidades relacionadas ao fornecimento de energia elétrica nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O intuito é investigar as responsabilidades das empresas concessionárias Enel e Light.
O pedido para a criação da CPI foi formalizado por legisladores da oposição, incluindo Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP), Altineu Côrtes (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ), contando ainda com o respaldo de parlamentares aliados ao presidente Lula. A iniciativa para a formação da CPI também recebe apoio de membros das comissões de Minas e Energia e de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados.
Neste momento, os parlamentares estão angariando assinaturas para viabilizar a formação da comissão. Para que seja efetivamente instalada, são necessários os votos de 171 deputados, o equivalente a um terço da composição da Câmara. A proposta é que a CPI seja composta por 32 membros e tenha uma duração inicial de 120 dias, com a possibilidade de prorrogação por mais 60 dias.
O objetivo principal da CPI é investigar eventuais deficiências na prestação dos serviços e esclarecer as responsabilidades da Enel e da Light nos recentes episódios de falta de energia nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
A Enel detém as concessões no Estado de São Paulo, assim como em vários municípios do Rio de Janeiro. Por sua vez, a Light é a responsável pelo abastecimento de energia na cidade do Rio de Janeiro e em outros municípios fluminenses, encontrando-se atualmente em processo de recuperação judicial.
Enel reduziu 36% dos funcionários apesar do aumento de clientes
A Enel, empresa que tem sido objeto de críticas devido ao longo período de interrupção no fornecimento de energia que já se estende por mais de 40 horas em algumas áreas de São Paulo, afetando ainda aproximadamente 1 milhão de pessoas, implementou uma significativa redução no quadro de funcionários desde 2019.
Os dados fornecidos pela própria empresa à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revelam que houve uma redução de quase 36% no número de funcionários da Enel entre 2019 e 2023. Esses números foram divulgados pela CNN.
No ano de 2019, a Enel mantinha um contingente de 23.835 funcionários e colaboradores, incluindo profissionais contratados diretamente pela empresa e terceirizados que faziam parte da antiga Eletropaulo. Ao final de setembro de 2023, o número de trabalhadores na concessionária havia diminuído para 15.366 profissionais, representando uma redução de 35,5% ao longo de quatro anos.
No mesmo intervalo de tempo, o número de clientes atendidos pela Enel na região metropolitana de São Paulo aumentou em 7%, totalizando 7,85 milhões de consumidores em residências e empresas.
Em 2019, a Enel possuía uma proporção de um funcionário para cada 307 clientes. Atualmente, cada colaborador da empresa está encarregado de atender, em média, um grupo de 511 consumidores.
O que diz a empresa
A Enel, por sua vez, afirmou que “está com uma resposta de recuperação da rede mais efetiva do que em 2019”.
“Naquele ano, em uma situação de fortes chuvas, a Enel São Paulo restabeleceu o fornecimento de energia para 650 mil clientes em até 24 horas. No último sábado (4/11), após a ventania de mais de 100km/h – a mais intensa registrada nos últimos anos, com danos severos à rede de distribuição –, 960 mil clientes tiveram o fornecimento de energia normalizado em 24 horas”, informou a concessionária, em nota.
Conforme informado pela Enel, a empresa está realizando um investimento médio anual de R$ 1,3 bilhão, um valor considerado um “volume recorde”.
De acordo com a Enel, o investimento está direcionado principalmente para a digitalização e automação da rede elétrica, o que tem resultado em melhorias nos indicadores de qualidade e na eficiência da empresa.
No sábado (4), a Enel comunicou que a restauração do fornecimento de energia em São Paulo acontecerá de maneira gradual, e ainda não há uma data exata prevista para a normalização completa do serviço.
De acordo com a distribuidora, a maioria das interrupções de energia foi causada por quedas de árvores nos cabos elétricos. Para que a rede seja restabelecida, é necessário remover as árvores dos locais críticos.
Com informações do ICL notícias e do Metrópoles.
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